quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Concórdia

Caminhos diversos nos levam por caminhos esquecidos.

Em um dia de problemas no Metrô, numa não tão sábia decisão de voltar a pé para casa, atravessei um lugar de São Paulo há muito por mim não visitado: o Largo da Concórdia.

Revitalizado com sua retomada visual de praça, ele foi um novidade desconhecida para mim. Minhas lembranças do local ainda remetiam aos tempos de muitas barraquinhas de camelôs, com bastante confusão e correria.

O pessoal apinhado nos pontos de ônibus, e nos próprios coletivos, não mudou nada. No final da tarde, a região é uma 'ferveção', um burburinho gigantesco de pessoas na volta para casa, após um dia cotidiano de trabalho.

Desaceleração é a sensação pairando no ar. Até alguns minutos todo mundo estava afiado nas vendas, disputando seus clientes. Com o pôr-do-sol, ocorre uma sinfonia de portas de metal baixando, despedida de colegas de trabalho e a bebericação em diversos botecos, para uma happy hour.

Chamou-me a atenção mais ainda o nome do local: Concórdia. Tantas vezes o escutei, mas sem nunca ouvir. Concórdia, segundo o 'pai dos inteligentes', é um estado de harmonia, entendimento, concordância. Tudo bem que historicamente o local foi batizado para homenagear a guerra do Paraguai, mas isso é só um detalhe de pesquisa.

O local é símbolo dessa concordância. Representa essa mistura acolhida por São Paulo, de povos e culturas: nordestinos, libaneses, coreanos, judeus e outros tantos povos. Mistura de braços a mover uma cidade feita de gente.

São Paulo é esse sincretismo concordante. Essa mistura é o segredo de tanta energia. A energia é a razão do amor paulistano por essa megalópole retumbante!

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