domingo, 22 de fevereiro de 2009

Símbolos

Vivenciamos e perpetuamos fortes símbolos culturais.

À espera de um salvador, relembramos a figura do herói. Cheio de poderes, acima de qualquer mal, onipotente e indestrutível. Imaginamos alguém repleto de habilidades.

Desejo um tanto infantil. Carentes de proteção desejamos o conforto total e indubitável. Preferimos não arriscar e garantir o sucesso na empreitada, na confiança depositada.

Assim, sempre considerei o Super-homem um tanto quanto desinteressante. Acima das limitações humanas, apesar da kryptonita, poucas são os temores do homem de aço.

Em outros casos, aguardamos o anjo vingador, a destruir a presença de qualquer mal, fazendo o mal-feitor sentir o gosto amargo do subjugo.

Eis uma das críticas ao personagem Neo, de Matrix. Na sua jornada de descoberta e aceitação, ele combate a opressão do sistema com a força da destruição. Elimina e vinga a pobre espécie humana, vítima de sua própria arrogância.

Mudanças de atitude e postura exigem força superior. Sócrates aceitou a condenação por sicuta, mesmo injustamente, para não fazer uso dos mesmos instrumentos de seus algozes. Frente a tamanho custo, sua própria vida, não usou violência contra violência, fosse de que tipo fosse.

Apostamos repetidas vezes na via mais fácil. No líder guerreiro, forte para mover mundos e povos na batalha pela conquista de uma vida melhor. Povos pela história acreditaram, e ainda acreditam, na chegada destes guerreiros promotores da justiça pela espada.

Mais forte do que a lógica da imposição é a oriunda da proposição. Claramente é mais trabalhosa e difícil. Requer persistência e fé. Confiança nas verdades plantadas no âmago das melhores qualidades humanas. Firmeza nos princípios pertinentes ao bem-comum.

Precisamos aprender a ouvir a mensagem destes verdadeiros líderes transformadores. Sua proposta é anunciada há muito tempo. Somente quando fiarmos nossas esperanças na promoção da fraternidade e humanização poderemos vivenciar novos tempos de harmonia.

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