quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Teleporte

"Diário de bordo. Data estelar 41200.2..."

As visões da Star Trek têm nos perseguido, ou nós perseguido suas visões. Depois de alguma semelhança com o Holodeck, recentemente li uma notícia mais reveladora ainda.

Sonho de consumo de muitos paulistanos, cansados do caótico trânsito da cidade, cientistas conseguiram desenvolver o embrião de mais uma tecnologia trekker: o teleporte!

Tudo bem que está longe de ser o espetáculo do equipamento da USS Enterprise, mas nunca é demais sonhar... Os cientistas conseguiram teleportar um átomo à distância de um metro.

Brincadeira relacionada à história da onda-partícula. Para os menos avisados, ou não iniciados na ciência, vale a pena comunicar que o mundo é pouco diferente do que vemos.

Partículas subatômicas se comportam ora como partícula, ora como onda. Significa dizer que há certa indecisão da matéria. Sem falar em singularidades, como no caso onde é possível a mesma partícula passar por dois buracos ao mesmo tempo, no mesmo instante.

Nasceu daí algumas ideias a fundamentar a experiência. Enquanto tudo estava no reino da teoria, ficava um pode ser... Só que a alma inquieta humana vai atrás da imaginação. Acaba por realizar o impensado. Desafia a natureza e consegue confrontá-la, descobrindo um pouco mais sua estrutura.

Certamente há um longo caminho a trilhar. Uma coisa é transportar uma partícula, o que já levou considerável custo de energia e dinheiro. Outra bem diferente é levar um complexo conjunto estruturado delas, de maneira prática e economicamente viável.

Somente o tempo dirá... Levará anos, décadas, séculos ou milênios? Prefiro não arriscar. Vai saber se alguma luz surgirá inusitadamente, revelando uma peça chave do quebra-cabeça. De repente alguma visão não convencional muda os ângulos e transforma o problema em algo simples.

De qualquer forma, seria ótimo decidir ir para casa, depois de um longo dia de trabalho e apenas programar o transporte. Em questão de segundos estaríamos na sala de casa! Chega de aperto no Metrô, buzinada na Radial, catraca emperrada na lotação.

Sobra uma pergunta no ar... Se todos os meus átomos forem transferidos e, hipoteticamente, seja possível rematerializá-los em outro lugar, organizados exatamente como sou, ainda assim serei eu? Terei as mesmas lembranças e consciência? Hein?

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