quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Jardinagem

"Vive la résistance!"

Se o poder público não dá uma mãozinha ao meio-ambiente, as pessoas sempre arranjam um jeito de colaborar. Mesmo que para isso tem que se empenhar em distribuir sementes.

Cunhado pelo inglês Richard Reynolds, o termo jardinagem de guerrilha (guerilla gardening, no original) tem motivado pessoas pelo mundo a contribuir em favor da natureza.

Com direito a site, o movimento tem um de seus pilares no livro "On Guerrilla Gardening", baseado na experiência do autor com o plantio de flores secretamente em seu quarteirão.

A ideia é essa: reocupar espaços abandonados da cidade com plantas variadas. Algo como uma retomada do espaço público negligenciado, árido e ferido.

O aspecto de guerrilha vem do fato da ação independer de autorização. Já esperamos demais pela atitude dos outros. Então, vamos lá e fazemos por nós mesmos.

Há mais de 30 anos, surgiu em 1973, a ideia percorre a cabeça das pessoas e faz muito sucesso. Quem experimentou, mudou de comportamento e propagou, convencido pelo retorno humano proporcionado pela causa.
Mesmo com certa transgressão, uma série de regras são respeitadas. Adequação das espécies ao local escolhido. Localização das mudas, compatibilizando-as com a infra-estrutura urbana. Observação das normas legais referentes ao meio-ambiente. Tudo para evitar realizar um esforço inútil, improdutivo.

Daí, basta decidir se engajar e por mãos à obra. Junte ancinho, foice, enxada e plante flores, arbustos e árvores em algum terreno que é só terra batida. Cuide de alguma praça abandonada, aparando sua grama, que mais parece mato. Um colega de trabalho já experimentou fazê-lo e não doeu nada.

Legítima representante do "faça a sua parte", a iniciativa segue se desenvolvendo. Numa cidade com São Paulo, o que não faltam são lugares disponíveis para a interação. Uma morada mais florida e natural mudará até nossos hábitos cotidianos, nos resgatando desta imensa selva de pedra.

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