domingo, 30 de setembro de 2007

Sustentabilidade

A palavra sustentabilidade é tão utilizada ultimamente que esquecemos ser um assunto apenas recentemente em voga.

Discute-se o assunto há muito tempo, ao menos uns 35 anos, mas pouco feito neste período, pouca importância foi dada.

Apenas com as últimas evidências incontestáveis, grandes poluidores mundiais resolveram começar a pensar no assunto.

Independentemente das poucas boas notícias, o clima de tensão para um leigo, se prestar atenção nas informações apresentadas, é insustentável!

Da maneira como é apontado o horizonte, resta apenas a pergunta: haverá solução?

Em tempos de desenvolvimento, principalmente para países carentes, ainda há o problema de conciliar as necessidades de ambos os aspectos. Felizmente há diversas organizações preocupadas em estudar a questão, como a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável.

O assunto é tão significante que diversas empresas se preocupam em incluí-lo em seu portfólio. Quase todos os bancos têm fundos de investimento pautados na sustentabilidade. Governos têm discutido arduamente suas estratégias e disputado suas responsabilidades.

Com o envolvimento dos comandantes do mundo político-econômico espero haver tempo para recuperarmos nossa casa.

sábado, 29 de setembro de 2007

Relógio

"Eu tenho pressa, eu tenho pressa, ai ai meu Deus! Alô e adeus! É tarde, é tarde, é tarde!"

Sempre me intrigou, durante minha infância, o personagem do coelho em Alice no País das Maravilhas, com seu jeito apressado, sempre correndo, sempre afobado, mas sem muita explicação.

Eu mal poderia imaginar o quão preciso era o prenúncio escrito por Lewis Caroll. Entre tantas outras bem pontuadas observações da sociedade, como governos tiranos, regras sociais estapafúrdias, essa se apresenta a mais moderna imaginável.

Em tempos atuais, bombardeados por e-mails, assolados por informações na Internet, perseguidos por celulares, repletos de compromissos pessoais, para cuidado com a saúde ou sociais, nos vemos atolados numa imensa falta de tempo, sem sabermos exatamente porque.

Lembrei outro dia da longa espera pela resposta de uma carta, os raros telefonemas internacionais com os parentes de além-mar, as edições de revistas semanais com 'informações inéditas'!

E tudo começou quando cismamos de medir o tempo com o relógio! Mudamos o ritmo da vida, passamos a observá-la com uma precisão artificial, cronometrada, nos desconectamos do tempo da natureza...

Resolvemos desafiar Chronos, mas corremos o risco de permanecer eternamente em um louco e apressado País das Maravilhas.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Esperança

Se ao chegar no Metrô, pela manhã, encontramos a plataforma repleta de pessoas, preparamos o espírito, e principalmente o corpo, para a eminente sessão de do-in.

Mas a vida sempre nos reserva surpresas... Com a chegada do trem, no momento da entrada no vagão, nenhum empurrão!

Alguns podem imaginar a ausência total de pessoas, mas tal qual a plataforma, o vagão vinha em toda a plenitude sua lotação. Inesperadamente tudo se ajeitou.

Outros até talvez apostem na perda da sensibilidade, após tantos empurrões nossas células sensoriais estejam abaladas. Nada disso, a consciência corporal é total e através dela essa realidade é percebida.

No pequeno espaço de tempo até a estação Sé, é impossível não ansiar pela decida e estar precavido, atento para não atrapalhar a multidão.

Novamente, surpresa! Uma rara descida civilizada.

Começo a acreditar que o respeito diário pelos outros, na utilização cotidiana do transporte público, está finalmente surtindo efeito.

O ser humano é comportamental e assimila as ações do grupo. Por que, então, pequenas mudanças por nós introduzidas não podem transformar o conjunto? Hoje vivenciei um indício desta possibilidade...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Propaganda

A tentativa de empresas de tecnologia, ligadas a Internet, buscarem um novo modelo de negócios, baseado na exibição de anúncios, já não é novidade.

Há cerca de pouco mais de um mês, eu escrevia sobre o assunto, e já me mantinha atento anteriormente sobre a evolução dessa abordagem de geração de receita com tecnologia.

Novidade mesmo é a adoção por um tradicional representante da mídia impressa, o jornal americano The New York Times.

Na semana passada, através de carta aberta ao público, eles liberaram o acesso ao seu conteúdo, bem como a consulta de toda a sua base histórica.

O serviço que custava US$ 50 por ano, será custeado agora pela venda de publicidade no site.

Uma grande mudança, apesar de que o jornal já pudesse ter percebido esse mercado, afinal eles contam com parte significativa de faturamento oriunda de propaganda, mesmo na versão impressa.

Eis uma tendência passível de propagação por todos os seus pares, concorrentes ou não.

Com o andar da carruagem, devemos dar mais atenção a possível contaminação da qualidade destas publicações, ou outras que futuramente adotem o modelo, pela necessidade de gerar acesso, com conseqüente aumento de faturamento.

Nasceu assim um novo tipo de 'IBOPE'?...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Educação

Diversas vezes nos perguntamos 'por que o Brasil é assim?'...

Na edição da revista Época, desta semana (ed. 488), o repórter Leandro Loyola nos apresenta uma matéria muito consistente a respeito de um livro didático adotado no ensino público.

O texto trata da tendenciosidade desta 'obra' de história, o que já em si é uma temeridade. Lembremos do público-alvo deste material: os jovens estudantes brasileiros em formação.

A questão, por si só, já é suficiente para um protesto, mas mesmo ignorando o problema doutrinário, há o aspecto do formato e das justificativas apresentadas pelos envolvidos.

Deixemos as próprias evidências apresentadas na matéria falarem por si...

Vejamos apenas um único texto emblemático presente no livro, a respeito da Independência do Brasil: “No Museu do Ipiranga, em São Paulo, tem o célebre quadro do pintor paraibano Pedro Américo, retratando o dia 7 de setembro de 1822. Parece um anúncio de desodorante, com aqueles sujeitos levantando a espada para mostrar o sovaco”. (Livro didático? Acadêmico?)

Avaliação realizada pelo Ministério da Educação: "O livro apresenta uma tentativa de análise crítica. Se houvesse viés doutrinário, teria sido excluído na primeira banca". (Qual análise foi realizada? E na comissão de avaliação...?)

Nota da editora sobre a 'obra': "não publica livros para fazer crer nisso ou naquilo, mas para despertar nos estudantes a capacidade crítica de ver além das aparências". (Qual tipo de crítica?)

Justificativa da Universidade que havia avaliado negativamente o material, mas aprovou assim mesmo: "Há que ter em vista o que, num dado momento, estava disponível no mercado".

Opinião do ministro da Educação: "Vemos mais desvantagens que vantagens nessa exposição... Considero mais pedagógico levar ao conhecimento do autor as objeções e permitir que ele reapresente o livro com alteração que torne viável sua inclusão.".

Ignorância é o pior de todos os males. Porém, a falsa e manipulada sabedoria é muitas vezes pior. Sem falar no fato de estarmos no tempos de Wikipedia, e de outras tantas fontes de informação, muito mais confiáveis, apesar de toda a discussão. Ao menos provocarão o questionamento mais construtivo...

A velha máxima foi esquecida: "Não devemos julgar o livro pela capa!". Aliás, falta até mesmo conceituar LIVRO!

Depois perguntamos 'por que o Brasil é assim?'...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Hipocrisia

Outro dia eu escrevia sobre questões da sinceridade em nossos relacionamentos.

As dúvidas ganharam agora ao menos uma resposta, baseadas nas teorias de Steven Pinker, psicólogo e lingüista canadense. Estava lá, para ser encontrada, digna de um "Eureka"!

Em seu livro The Stuff of Though, ele afirma que no fundo somos hipócritas mesmo. Não usar de sinceridade faz parte da psicologia humana, é uma necessidade à nossa linguagem.

Precisamos utilizar mensagens indiretas para sentirmos, nos localizarmos em nosso ambiente, e avaliarmos nossa estratégia de abordagem.

Tudo ocorre instintivamente, um mecanismo natural na disputa de poder, de um lugar, uma ferramente de coesão das relações humanas.


Nem sempre a expressão direta, sincera, é a mais adequada, pois perderíamos parte do conteúdo de nossa interação, teríamos menos informação para agir.

Nas palavras do cientista:

"O expressivo poder das palavras é uma bênção ambígua. Elas nos permitem dizer coisas que queremos dizer, mas também coisas que seriam bem melhor não termos dito. Elas nos permitem descobrir as coisas de que precisamos saber e também aquelas que preferíamos ignorar.

A linguagem é uma janela para o interior da natureza humana, mas também é uma fístula, uma ferida aberta, pela qual somos expostos a um mundo infeccioso. Não é surpresa que revestimos nossas palavras com gentilezas e insinuações e outras formas de ambigüidade.
"

Bichinho interessante esse tal de ser humano, né?

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Sanduíche

Os homens-sanduíche são velhos conhecidos das pessoas no centro de São Paulo.

Senhores andam pela ruas do centro com duas placas, uma à frente, outra atrás, com diversas propagandas. Compra de ouro, agência de viagens, ofertas de empregos...

Há algum tempo correm risco de extinção, seja pela antigüidade desse mercado, seja pelo fato de muitos corromperem sua função principal: ao invés de andarem, ficam sentados em banquinhos com suas placas.

Parados assim, qual a diferença entre eles e corriqueiras placas?

Eles agora sofrem outro agravante para sua extinção: um novo concorrente no mercado. São as meninas-placa!

Talvez não tenham esse nome exatamante, mas já repararam nas meninas, contratadas por incorporadoras de condomínios, para segurarem as placas de publicidade dos empreendimentos imobiliários, no final de semana?

Esse foi o contorno 'maravilhoso' encontrado pelos empresários para a proibição de colocação desses painéis pelas ruas. Isso após a proibição deste tipo de divulgação durante a semana.

Por qualquer um dos motivos, talvez a extinção não seja uma má opção. Tudo bem que o trabalho dignifica o homem, mas não haverá algum trabalho mais humano? Substituir placas é uma forma de objetar o ser humano...

Dignificar é permitir a realização plena em sua digna condição humana!

domingo, 23 de setembro de 2007

Sonhos

Realizar desejos, sonhos, é matéria de fadas-madrinhas, gênios de lâmpada, santos e outros tantos protetores nossos.

Porém a força de todos eles depende, e muito, de nossa participação.

Primeiramenteo, nós precisamos ter o sonho. Quando alguém deixa de sonhar, deixa de ser humano. Os sonhos nos guiam, sempre guiaram e movem nossa evolução.

Em segundo lugar, é necessário nosso desejo pelo sonho. Se não quisermos verdadeiramente, dificilmente o sonho se concretizará.

Numa terceira etapa, devemos trabalhar para a concretização de nosso sonho. O processo de desenvolver o sonho materializa-o paulatinamente.

Finalmente, a confiança nas etapas anteriores é essencial. Ao confiar, deixamos acontecer. Não forçamos a vida, apenas confiamos nas nossas certezas...

A vida segue seu caminho natural, não conduzimos nem somos conduzidos. Escolhemos as oportunidades oferecidas guiados por nossos sonhos!

sábado, 22 de setembro de 2007

Soneca

Há muito tempo amigos e familiares mencionam o desejo de conseguir um recanto para um sonequinha após o almoço.

Referiam-se a soneca durante os dias de semana, quando estamos no trabalho e muitas vezes mal temos tempo de almoçar.

Atualmente não sou fã desse soninho. De alguma forma não me sinto bem se tivê-lo, mas devo confessar que no tempo de faculdade era um recurso muito utilizado.

Na época, conseguíamos 'desenvolver' diversos locais na universidade para a sagrada sesta, quando não ocorria um ataque de sono na própria sala de aula. Éramos perseguidos por aquele soninho gostoso, chegando sorrateiramente e terminando por dominar completamente nossa consciência.

Às vezes, algumas idéias demoram a se concretizar, talvez até mesmo porque não devessem. Algumas outras parecem ficar no ar até alguém capturá-la e experimentar pô-la em prática.

A boa notícia para o sonecas de plantão é que alguém capturou esses desejos antigos e criou um local para cairmos nos braços de Morfeu: o espaço Soneca. Lá, por preços módicos, estão disponíveis poltronas, pufes e rede para uma cochilada vespertina, de alguns minutos.

Essa é São Paulo! Dá até um soninho para experimentar a novidade... :)

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Aconchego

Qualquer pessoa, ao observar um bebê recém-nascido, já notou como ele mexe as perninhas e bracinhos, principalmente esticando-os.

O movimento pode ser considerado involuntário, ou um auto-conhecimento, a busca de um auto-controle, mas recentemente li a opinião de se tratar da busca do espaço intra-uterino.

É fácil imaginar estarmos naquele espaço pequeno e aconchegante, com toda a segurança e conforto do mundo.

Repentinamente, depois de um processo 'um tanto traumático', estamos em algum lugar inóspito e desconhecido, além disso todos os limites físicos somem. Um universo se descortina, uma falta de chão deve nos assolar.

O movimento de pernas e mãos é um tatear em busca da segurança, uma procura pelo conhecido lugar refúgio.

Em algum momento, o comportamento muda e nosso movimento ganha outros rumos, outras preocupações, outras funções... Teremos encontrado o aconhego? Encontramos nosso novo porto seguro (físico e psicológico)?

Muitos talvez continuem procurando por toda a vida...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Pulmão

Muitas vezes, quando as consequências não são imediatas, ignoramos os fatos, como se sem os efeitos o problema não existisse.

Suponho ser essa a visão dos fumantes. Apesar de amplamente divulgados os males, a grande maioria deles continua com o vício, sem ao menos tentar parar uma única vez.

Além das conseqüências estarem distantes no tempo, há ainda a sensação de algo pode ser resolvido pela medicina no futuro. É tudo questão apenas de parar no momento certo...

De acordo com notícia da semana passada, as perspectivas já não são as mesmas. Pesquisadores concluiram que os danos causados pelo cigarro jamais serão revertidos pelo pulmão, com relação aos possíveis males do câncer. O cigarro deixa marcas indeléveis no pulmão. Ele altera o DNA do fumante.

Há a diminuição dos riscos cardiovasculares, mas como ignorar as questões do câncer?

O 'pulmão' de tempo aparentemente existente parece não ter tanto fôlego assim. É tempo de mudar o rumo...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Contradição

Contradizer-se é um ato inerente a alma humana!

Aparentemente não conseguimos negar essa afirmação. Tomemos o exemplo dos robôs: no passado foram 'demonizados', talvez ainda o sejam, mas sua adoção intensa segue em curso.

Nas mais diversas áreas podemos encontrá-los, da automação industrial à guerra, da pesquisa espacial ao puro entretenimento.

Sua evolução já os distanciou do monstro de Frankeinstein, afinal muitos exemplares se tratam apenas de braços mecânicos, com função bem restrita. Em alguns outros casos, são imitações da figura humana, bem pequenas para não nos causar desconforto. Também existem os mecano-pets, ou automo-lates (ambas denominações são um devaneio meu), ou qualquer outra denominação desejada para imitações de bichos de estimação.

Porém a controvérsia não vem dessa aceitação, afinal sua funcionalidade conquista as pessoas e derruba barreiras. O ser humano é convencido pela familiaridade. Um 'monstro' familiar não é tão estranho.

Em uma notícia recente, considerei controversa a adoção dos autômatos para cuidar de idosos no Japão. Em princípio, um grande idéia que remete à Rosie, do desenho dos Jetsons. Um serviçal futurista extremamente dedicado.

Mas o que pensar de um sociedade indiscutivelmente guardiã do respeito e valorização ao idoso, quando esta repassa a responsabilidade de seu cuidado para uma máquina?

Será cuidado extremo? Ou será a comprovação de novos tempos, já não tão cuidadosos? Talvez apenas mais uma de nossas contradições...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Clareza

Expressar-se com clareza é uma busca eterna.

A grande dificuldade é teimarmos em sermos complexos. Talvez porque sejamos complexos demais...

Há aqueles defensores da idéia de que a clareza remete à simplicidade, à concisão. Com a simplicidade alcançamos qualidade melhor, nos aproximamos da perfeição. Faço parte dessa 'religião'.

Nos últimos tempos, exercito diariamente a contenção, tentar me restringir a poucas linhas, mas admito ser muito difícil. Isso é coisa para pessoas especiais e estou longe disso.

Observo em outros textos a beleza de poucas linhas e fico a volta das minhas mal grafadas. Vejo nas outras a mesma simplicidade da natureza.

A natureza escreve sua mensagem de clareza na simplicidade de suas criações. De um conjunto enorme de simplicidades surge um universo de imensa complexidade.

Resta-me continuar, a tentar e atentar meu próprio ser. Espero chegar mais próximo dos sábios.

Nas palavras de um sábio: navegar é preciso, viver não é preciso!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

WiMax

O fornecimento de energia elétrica é tão difundido, ao menos em São Paulo, a ponto de desconsiderarmos questionar se é existente em uma residência, no momento de sua aquisição.

Nem sempre foi assim... Em algum momento, alguém começou a difusão de um serviço, tornado posteriormente público, sendo atualmente considerado um comodity.

Conseguir acesso a Internet ainda é uma dificuldade, mesmo em uma grande cidade brasileira. Já foi bem mais difícil, mas sempre há o problema de disponibilidade em determinado bairro, a falha no sinal em outro ou erro na cobrança mensal. Quem já passou por algum desses casos sabe o aperto que é!

Uma solução muito adequada é o padrão WiMAX. Com redes construídas nesse padrão, o acesso será facilitado e, se espera, de qualidade muito superior. Ainda existem barreiras técnicas para sua completa adoção, mas já existem pequenas cidades usufruindo dessa novidade, ou similares, com sucesso.

No futuro, com tamanha disponibilidade de acesso, veremos a aplicação máxima de equipamentos como Phoenix, um rádio IP sem fio. Basta o acesso a Internet sem fio para o equipamento sintonizar rádios disponíveis na Web, em qualquer parte do mundo, com qualidade de áudio digital.

Já temos o conceito de VoIP e IP TV, mas dependentes, em grande parte, do computador para sua utilização. Se mais equipamentos, como o Phoenix, forem desenvolvidos, podemos imaginar um futuro de Internet ubíqua, como as ondas de rádio em nosso cotidiano atual.

Conseguiremos lembrar de como era viver sem...?

domingo, 16 de setembro de 2007

Acompanhamento

É inegável a evolução da medicina nos últimos tempos.

Em muitas áreas a prevenção sempre foi recomendada e muito importante. Em algumas outras surgiu o conceito de vigilância ativa, quando o problema já está instalado e, ao invés de atacá-lo, se faz o monitoramento e controle de sua evolução. É proporcionada a convivência com o problema.

Os tratamentos de câncer têm sido muito beneficiados com essas novas idéias. Isso graças ao profundo e extenso conhecimento adquirido sobre os mecanismos de tumores, dos mais diversos tipos.

Tal abordagem é indicada apenas no tratamento de tipos de tumores especifícios e de acordo com a evolução do paciente. Não é o santo graal, mas já é uma forma muito menos agressiva de combate a esse mal.

É a medicina nos mostrando que nem sempre a melhor defesa é o ataque!

sábado, 15 de setembro de 2007

Marcha

Quem já não se deparou com a situação de um encontrão com alguém na rua, quando ficamos naquele 'vai não vai', 'esquerda, direita, esquerda, direita' ou 'vai você... não, vai você'?

Normalmente só nos desvencilhamos do impasse se um dos dois decidir parar e aguardar a outra pessoa passar.

Não percebemos em nosso dia-a-dia o quanto nossa complexa máquina, nosso corpo, é regida por movimentos sutis nem conscientizados por nós, produtores de nossas ações cotidianas.

Aprendemos a fazê-los desde de bebês e esquecemos seu mecanismo, os incorporamos e automatizamos.

Com essa reflexão, é possível começar a entender quão difícil é reproduzir estes movimentos em autômato, um robô, feito este amplamente comemorado, quando realizado.

É bem difícil imaginar o cálculo do movimento de um objeto com um centro de gravidade oscilante.

São tantos esses nossos movimentos involuntários que é melhor nem começar a reparar. É como reparar no piscar dos olhos, demora até um tempo para pararmos de pensar e deixar a nossa bela natureza continuar seu trabalho.

Pois é, brincar de Deus exige um pouco mais de esforço. Podemos até continuar tentando, mas devemos admitir que nem todo pintor será um Michelângelo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Green

Apesar da preocupação ambiental não ser novidade entre as empresas, sempre fica a impressão de certa dependência de sua boa vontade para engajamento na causa.

A grande novidade é a percepção concreta de diversas companhias de que agir ecologicamente também é rentável.

Para citar apenas um exemplo, diversas notícias na área de TI reforçam essa condição. Boa notícia para o ambiente, em um segmento de mercado responsável por uma grande parcela de poluição.

Seria mais reconfortante se a mudança ocorresse apenas pela boa vontade, mas se é pelo bem do meio ambiente, e do futuro de nosso planeta, que ocorra pela otimização de custos e possível melhora no retorno financeiro.

O dinheiro causador de tantos estragos ao menos possibilita a reparação de outros tantos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Extravagância

A capacidade de alguns poucos seres humanos em esbanjar dinheiro em futilidades parece sem limites.

Depois das mansões e carros de luxo, jóias e roupas caríssimas e até mesmo as viagens espaciais, a preços módicos de US$ 20mi, uma nova moda são os submarinos particulares! (Seattle 1000, Triton 1000, etc.)

Com preços bem acima do padrão dos mais caros carrões do mercado, muitos milionários já têm, em seus luxuosos iates, submarinos para divertidos passeios subaquáticos.

Obviamente não lembram em nada seus pares militares. Possibilitam muito conforto e são totalmente personalizados por encomenda.

Pode-se ponderar o fato de o dinheiro utilizado ser fruto de seu trabalho. Dessa forma, estas pessoas poderiam fazer o uso que bem entendessem, como já ocorre com tantos outros itens de ostentação.

Precisamos, isto sim, refletir a ética de seu comportamento, em um mundo de tanta pobreza e tamanha carência.

Mesmo se respeitando a diferença de capacidades, os seres humanos não são tão desiguais em sua condição natural. A imensa desigualdade destacada por estes sinais, nos faz concluir que se sobra tanto de uma lado para tais extravagâncias, deve faltar muito, para muitos, do outro...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Tricorder

"A vida imita a arte!"

A idéia contida na frase acima é amplamente consistente com a ficção científica. Não são poucos os exemplos de frutos da imaginação de visionários, transformados em literatura ficcional, que inspiraram ou se tornaram diretamente realidade.

Os fãs da série Star Trek são testemunhas de um desses frutos: o Tricorder. O filho ilustre desse conceito é o mais ubíquo dos gadgets modernos: o telefone celular.
Apesar de todas as funções já desenvolvidas (telefone, câmera fotográfica, navegador de Internet, agenda, videogame), estão chegando nas próximas temporadas mais funções inimagináveis.

Algumas destas novas funções são: navegador GPS, projetor de slides, reconhecimento pleno de voz, guia turístico ou agência de propaganda. É imprevisível as capacidades passíveis de adoção. Em breve, teremos uma equipamento curinga, sempre a mão, como ocorria no futuro preconizado pela ficção.

Só faltará o capitão Kirk ordenar: "Spock. Traga o celular. Analise!" :)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Imigrante

É no mínimo intrigante se descobrir um imigrante depois de adulto. Ao menos sou um imigrante sem muito sotaque.

Refiro-me aos termos cunhados por Marc Prensky: nativo digital - designação das pessoas nascidas quando já existiam e-mail, Internet, computadores e imigrantes digitais - a grande maioria de nós, nascidos em tempos de outras tecnologias, menos digitais e apenas adaptados a essa nova 'nação'.

Adaptar-se a esse mundo digital não é fácil. Quanto mais adaptado, menos sotaque se tem, como quando estamos em outro país e precisamos falar outra língua.

A iniciação precoce favorece a melhor fluência na nova língua. Essa foi uma das minhas sortes no mundo digtal.

Um rápido exercício mental nos permite perceber o quanto essa nova nação é distante de outras gerações anteriores. Mesmo eu, um imigrante bem confortável, ainda pude escrever cartas na minha infância!

Fica a dúvida se devemos manter a nostalgia de nossa pátria mãe, ou aceitar nossa nova nação, nova situação, uma vez que é inevitável.

A miscigenação é o bom caminho, algo como um sincretismo cultural, unindo o melhor de dois mundos. A troca e o encontro dos povos dessas duas nações serão os geradores de uma nova humanidade!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Óbvio

Mesmo com as coisas na 'frente do nariz', na maioria das vezes não somos capazes de enxergá-las.

É conseqüência, em grande parte, da grande proximidade. Podemos ver, mas não conseguimos enxergar. Uma coisa é registrar visualmente uma imagem, outra é a consciência de tal registro.

Assim, o fácil de descobrir, de ver, claro e patente, se mistura a nós, passa a fazer parte de nosso campo de visão, cegando-nos.

A solução é aprender a mudar o foco, buscar a distância correta, até mesmo entortar um pouco os olhos para tornar nítida a ponta do nariz. Se não o fazemos, com o tempo perdemos até a habilidade muscular de fazê-lo.

Temos resistência a mudar nossa ângulo de visão, mas é apenas questão de exercício e ganhamos o domínio da técnica.

Ao aprender a buscar novas visões, nos tornamos capazes de olhar para nós mesmos e enxergar nossas próprias mazelas. Exergá-las nos obriga a mudar, corrigir, melhorar...

domingo, 9 de setembro de 2007

Saga

Podemos contar nos dedos as empresas existentes com mais de 10 anos de vida. Algumas raridades são surpreendentes, como é o caso da IBM, com quase 90 anos de existência.

Algo fora de série, quase sobrenatural, é o tempo de vida da Faber-Castell... Poderíamos arrendodar para 250 anos! Isso mesmo, 250 anos de história.

Não bastasse o tempo longevo, a empresa permanece sob controle da mesma família, por todo este tempo. São cerca de 8 gerações no comando.

Em tempos de desagregação, de efemeridade, este é o caso de uma grande desafio, ao entendimento e ao rumo da própria história. Uma verdadeira saga de persistência, consistência e direcionamento.

Quantos conflitos não tiveram de ser resolvidos? Quantas soluções foram necessárias se encontrar? Como mudou a economia mundial? Como não se diferenciou a estrutura social? São muitas as perguntas, as possibilidades de reflexão.

Esforço e desafio digno para a sobrevivente em um novo mundo tecnológico, produzindo algo de uma tecnologia já há muito tempo antiga: lápis!

sábado, 8 de setembro de 2007

Imaterial

Qual o valor do imaterial?

Como podemos colocar valor em uma obra de arte? Ou qual o preço de uma idéia? Quanto custa uma nova invenção salvadora da saúde humana?

A quantidade de pinceladas em um quadro pouco difere uma obra de outra. É impossível determinar o número de conexões neurais necessárias a uma idéia revolucionária, nem seria uma informação tão útil.

Se a quantidade de certos elementos é irrelevante, poderíamos utilizar critérios de qualidade, utilidade ou inovação. Nesta área os problemas são relativos a subjetividade.

Avaliar ou valorizar já é um problema em si, o que não dizer quanto a proteger? Como cercar, controlar, fiscalizar o intangível?

Muito já se tentou nesse sentido, inclusive leis, multas e comissões de julgamento. São atos efetivos?

A matemática do mundo imaterial é diferente da aritmética: Quem guarda uma idéia permanece apenas com uma. Quem troca uma idéia com outra pessoa termina com duas.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Feriado

Segundo o dicionário Hoauiss, a etimologia de feriado: latim fériátus,a,um 'que está em festa, dias feriados, dias de vaga, de descanso', particípio passado de férìor,áris,átus sumí,ári 'estar em festa, festejar, estar de férias, repousar'.

A julgar pelo movimento de saída da cidade, o último lugar onde a maioria das pessoas desejam descansar é em sua própria cidade. Sua ambiente da vida cotidiana parece ser incompatível com descanso ou festa.

Minha lembrança é um tanto vaga, porém, se não me engano, no passado era um tanto diferente. Muitas pessoas viajavam, mas a sensação era bem diferente de uma evacuação da cidade.

São Paulo certamente tem uma população maior do que na minha infância, os problemas de uma metrópole também são mais complicados. Serão esses motivos suficientes para uma mudança de comportamento? Ou há uma acesso facilitado às viagens, o desejo de conhecer novos lugares?

Ah, sim, havia esquecido... No litoral, destino preferido por muitos, as pessoas não encontrarão filas, trânsito, muitas pessoas, coisas de uma grande cidade. Lá é muito melhor! :)

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Não

Não é não.

Apesar da simplicidade dessa frase, temos uma grande dificuldade de entender, ou talvez aceitar, a palavrinha NÃO.

Expressar um não parece ser obrigatoriamente precedido de alguma explicação. Refiro-me principalmente ao seu uso em respostas.

Por exemplo, se alguém lhe oferece algo, não basta responder: "não, obrigado". As pessoas anseiam por um complemento, um porque.

Em parte há uma resistência a sua negatividade. Eu prefiro utilizar uma sentença como 'Isto é proibido', do que 'Isto não é permitido'. O incômodo talvez esteja relacionado ao espírito rebelde humano, inconformado com limites ou restrições.

Há também a questão da polidez, da educação, regendo nosso comportamento social e procurando nos tornar agradáveis, até mesmo em situações em que não desejamos ser.

Controvérsias a parte, exercitar a negação também nos faz aprender a aceitá-la. Principalmente as negações, restrições e limites da vida. Ela raramente procura ser polida ou educada...

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Especialização

Com a revolução industrial houve a necessidade da especialização das pessoas, com o objetivo da melhoria do processo produtivo.

As pessoas foram feitas peças de uma máquina muito bem azeitada, capaz de elevar os níveis de produção a patamares, até aquele momento, nem sonhados. Serem feitas não fora talvez o problema, mas aceitar as coisas dessa forma...

O conceito persiste até hoje. Ele torna o engenheiro apenas engenheiro, o matemático apenas matemático, o médico apenas médico, o ator apenas ator. Não existe nada tão desmerecedor do potencial humano.

Certamente não somos todos gênios, em todas as áreas do conhecimento e das artes, mas podemos fazer uso das mais diversas formas de expressão. Todos somos capazes. Em maior ou menor grau, o engenheiro pode ser poeta, o matemático um pouco ator, o ator às vezes economista.

Um dia desses, até achei meio engraçado, quando publiquei aqui no blog um poema meu. Minha esposa perguntou de quem era... :)

Todos devemos exercitar mais nossa unimultiplicidade. É uma questão de liberdade!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Lusófonos

A iluminação é necessária em muitos sentidos. Quando pensamos em conhecimento então...

O idioma é essencial para a comunicação e possível iluminação do indíviduo. Cada idioma tem suas particularidades, mas sou fã mesmo é do português.

Pode ser resultado da minha natividade, ou talvez por ser luso-decendente :), mas fato é meu deleite pelo som da nossa língua.

Em todo o seu ritmo, com toda a sua melodia, o português parece ter uma luz mais bonita. Ousaria até sugerir a adoção de lusófono como sinônimo de falantes de luz!

Até pesquisei as origens do nome, aparentemente relacionado a região da Lusitânia, mas gostaria dessa licença poética.

Infelizmente não me sinto totalmente neste direito, pois devo admitir não conhecer tão profundamente está senhora que tanto me encanta. Sempre admirei alguns poucos professores meus, doutores na língua, que sempre me presentearam com maravilhas da língua portuguesa.

Não me abaterei e continuarei na empreitada de conhecê-la sempre mais, reconhecendo minha inépcia frete a tantos mestres existentes em nossa cultura.

Ó senhora de tantos poetas e tantos navegantes, iluminai-me!

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Descarte

Nosso lixo mostra muito de nós.

Luís Fernando Veríssimo já ilustrou de forma sagaz e hilária essa situação, em um conto presente no livro "Comédias da Vida Privada".

No conto, dois vizinhos demonstram o conhecimento a respeito do outro, através de conclusões detetivescas da observação do lixo alheio.

Brincadeiras a parte, podemos pensar em características mais concretas e visíveis de nosso lixo diretamente ligadas ao nosso jeito de ser.

Por exemplo, a quantidade de lixo produzida já diz muito da forma de aproveitamento de nossos recursos. Muito lixo pode ser sinal de grande desperdício. Além disso, em tempos de reciclagem, é essencial a separação do reaproveitável, com conseqüente poupança de recursos naturais.

Mesmo no lixo orgânico, há diferença na sua composição. Uma regra antiga de meus avós guardo ternamente em minha lembrança: jogar comida fora é pecado! Ou seja, uma coisa é dispensarmos cascas, outra é despediçarmos alimento, em meio a tantas misérias cotidianas.

Até mesmo coletivamente temos a responsabilidade de como nossos aterros são mantidos. Devemos cobrar a adequada manutenção e o respeito ao meio ambiente.

Com tantas observações, estarei sendo observado pelo meu vizinho? Passarei a observar mais...

domingo, 2 de setembro de 2007

Atualização

Sempre há uma atenção muito grande dada a atualização profissional, na área de TI, impulsionando-nos a estar freqüentemente atentos e preocupados com nosso aprimoramento constante.

Associei por muito tempo essa frenética necessidade à juventude da área de atuação, ainda em amadurecimento e constante evolução.

Por esse motivo, surpreendi-me com a notícia a respeito de certa estagnação na área de cirurgia cardíaca.

O advento de novos métodos muito menos invasivos, ou até mesmo da evolução do tratamento clínico, fez diminuir a indicação da cirurgia como solução para muitos casos.

Porém, faz apenas 40 anos que a cirurgia cardíaca foi inaugurada. Um geração inteira de profissionais se preparou por anos para pode atuar na área. É longo o tempo de estudo necessário para atuação nessa área. Com isso, uma série de profissionais que apostou há algum tempo na preparação começa a não ver retorno em seu investimento.

Isso nos mostra o quanto é difícil definir o futuro, até mesmo quando tratamos de assuntos muio bem conhecidos.

Como profissional de TI, mais especificamente da microinformática, área com apenas 20 anos de existência, passo a refletir quanto de meu futuro poderei antecipar, apesar de o mercado de atuação parecer duradouro.

Aprimorar-se? Em quê? Ou em quais competências?

sábado, 1 de setembro de 2007

Aposta

Cassinos têm sua imagem associada às emoções da ficção, em filmes de espião ou de grandes roubos, ou a desgraça proporcionada aos jogadores / perdedores viciados.

O assunto sempre será controverso, com seus prós e contras. Temos até nossa versão tupiniquim, hoje proibidos, os bingos.

Apesar de todas as controvérsias, está em um curso uma grande expansão global destes empreendimentos, em países onde são permitidos ou passaram a ser. Nos últimos cinco anos houve uma aumento de faturamento de 53%.

A "aposta" é tão grande que fundos de pensão estão entre seus maiores investidores e bancos pelo mundo têm disputado o financiamento de sua expansão!

Arriscar já está no vocabulário do mundo dos jogos, mas não deveria estar no de fundos de pensão. Ainda está fresco em nossa memória os acontecimentos do último mês, de tamanha turbulência na economia mundial.

Em quantos outros "jogos de azar" esse pessoal precisa entrar para aprender algo? É mais provável que eles já aprenderam... Aprenderam como tomar dinheiro da poupança dos outros.