sábado, 15 de setembro de 2007

Marcha

Quem já não se deparou com a situação de um encontrão com alguém na rua, quando ficamos naquele 'vai não vai', 'esquerda, direita, esquerda, direita' ou 'vai você... não, vai você'?

Normalmente só nos desvencilhamos do impasse se um dos dois decidir parar e aguardar a outra pessoa passar.

Não percebemos em nosso dia-a-dia o quanto nossa complexa máquina, nosso corpo, é regida por movimentos sutis nem conscientizados por nós, produtores de nossas ações cotidianas.

Aprendemos a fazê-los desde de bebês e esquecemos seu mecanismo, os incorporamos e automatizamos.

Com essa reflexão, é possível começar a entender quão difícil é reproduzir estes movimentos em autômato, um robô, feito este amplamente comemorado, quando realizado.

É bem difícil imaginar o cálculo do movimento de um objeto com um centro de gravidade oscilante.

São tantos esses nossos movimentos involuntários que é melhor nem começar a reparar. É como reparar no piscar dos olhos, demora até um tempo para pararmos de pensar e deixar a nossa bela natureza continuar seu trabalho.

Pois é, brincar de Deus exige um pouco mais de esforço. Podemos até continuar tentando, mas devemos admitir que nem todo pintor será um Michelângelo.

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