terça-feira, 17 de março de 2009

Repetição

"A história se repete mas a força deixa a história mal contada...".

No advento do computador pessoal, o Mac reinou absoluto, senhor de toda sua inovação. Possivelmente, naquela época, qualquer um suporia que sua hegemonia seria absoluta.

Não foi. Plataforma fechada, único fabricante, restrições e mais restrições... A liberdade foi apresentada pelo IBM PC, vulgo PC até hoje, sinônimo do computador pessoal e corriqueiro.

Sem amarras, reproduzível e clonável nas mais diferentes vertentes. Nem só de hardware sua variabilidade foi feita, mas de bastante software. Um verdadeiro ecossistema de fornecedores. Oferta interminável de soluções para um coringa valiosíssimo.

Ainda assim, não seria desta vez que se chegaria a algo definitivo. Tecnologias proprietárias, patentes e muita discussão abriram as portas para o Linux, a Internet e a computação em nuvem. Os sistemas operacionais opensource aliados aos aplicativos gratuitos da grande rede se transformaram na meca das novas alternativas.

Conhecedores do passado, os jogadores da grande disputa da tecnologia poderiam olhar para trás e aprender um pouquinho, tirar algumas lições. A concessão de liberdade, o incentivo a colaboração, a cooperação têm muito mais a oferecer do que a direta e mesquinha busca unicamente do lucro.

Novamente a Apple despontou com um dispositivo inovador: o iPhone. Maravilha dos gadgets, desejo de consumo de 9 em cada 10 usuários (sei lá de que planeta é o 1 restante...). Porém, os hábitos continuam os mesmos. Plataforma proprietária, mercado fechado. Até a publicação na maior vitrine de todas, a iTunes Store, é motivo de sabatina rigorosa e, por vezes, exagerada.

Demorou pouco para uma alternativa mais aberta. Hardware chinês, software "googlês", e o G1 + Android parece oferecer horizonte mais palatável na computação contemporânea. Só que adoramos uma repetição... Vínculos a operadoras, contratos de distribuição e outras tantas discussões ressoam por aí.

Só que esse mundo dinâmico não deixa barato. O mundo opensource já tem sua versão na telefonia: o Open Mobile Phone. Plataforma aberta, colaborativa e comunitária, baseada em Linux, permite a proliferação de diversos sabores livres da comunicação celular.

Curta memória, essa humana. Ou a força deixa a história mal contada, até para os protagonistas da história. Buscam sobreviver, garantir sua continuidade, mas desapercebem seus próprios caminhos. Bom mesmo é que, independentemente de protagonistas e rumos, as soluções tecnológicas melhoram continuamente.

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