quarta-feira, 19 de março de 2008

José

São José é ícone da paternidade.

Em sua resignada aceitação ele se pôs a serviço e o cumpriu com maestria. Foi a imagem presente do guia paterno na vida um menino.

Com sua aura protetora, foi transformado em patrono das famílias, dos trabalhadores e protetor da boa hora (eufemismo para tratar o momento da morte).

Sua inspiração é tão forte que os Josés sempre me parecem boas pessoas. Meu pai é José, meu tio também, além de um irmão. Todos bons praças!

No Nordeste, onde Josés são bem comuns, ele é responsabilizado até belas boas colheitas, ou pelo menos lembrado como possível intercessor. O povo sofrido de nosso sertão se identifica com a imagem do grande pai pobre como eles, habitante de distantes terras tão áridas quanto as suas.

A paternidade é transformadora. Às vezes segregada a um papel coadjuvante, é indispensável presença para, com a completude da mãe, formar a imagem da divina força da natureza. Unidos os genitores se encontram para promover a nova vida.

Ser pai carrega muita responsabilidade. Responsabilidade com a condução, com o apoio, com o ato de guiar pelos caminhos bons e pelos tortuosos. Compromisso assim está bem distante do paternalismo, que alija, infantiliza, poda o crescimento.

Cuidar de uma vida é um mistério, é quase incompreensível. Ela é frágil, complexa para nosso entendimento e seus meandros, mas é inevitável assumir o compromisso. Entendo-a ou não ela está a sua espera, a lhe desafiar.

Única escolha possível é confiar no amor. Confiar na imagem guardada do pai maravilhoso que tivemos. Remeter ao coração as decisões mais importantes. E amar! Além disso, se ele puder nos ajudar, rogamos em seu dia um pouquinho de ajuda a São José.

Nenhum comentário: