quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Licença

As notícias sobre quebra de patentes de medicamentos sempre me intrigaram.

Se a afronta aos grandes laboratórios era tão grande, e eles tinham tantos direitos, por que a retaliação ficava apenas na conversa, na notícia, apesar de todo seu poder econômico?

Para mim, uma das hipóteses era a vantagem em manter o relacionamento com o governo brasileiro, visando novos possíveis negócios, afinal como grandes clientes as outras negociações, que certamente existirão, compensarão eventuais perdas (ou ganhos menores, para sermos mais exatos).

Esse componente pode até existir, mas soube esses dias que a famosa 'quebra de patente' está prevista em um acordo da OMC, de 1994, o TRIPS. O nome jurídico do procedimento é licença compulsória.

Seis anos após a assinatura do tratado, os próprios estados-membros da OMC aprovaram a Declaração de Doha sobre TRIPS e saúde pública, reafirmando o direito de os países protegerem a saúde pública, através da utilização de licenças compulsórias, sobretudo com relação à garantia de acesso a medicamentos.

Dessa forma, os diversos países no mundo possuem um mecanismo de proteção contra práticas anti-competitivas em vários campos tecnológicos, inclusive o farmacêutico. Tal mecanismo é utilizado inclusive por países desenvolvidos.

Pois é... Pesquisar é sempre um bom negócio para melhorar o nosso entendimento.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Pesquisa

A Microsoft já não é mais a mesma!

No passado, ela sempre foi mestre em adotar idéias bem-sucedidas, aprimorá-las e transformá-las em sucesso, apoiados em uma boa divulgação e aproveitamento de sua posição de mercado.

Em muitos casos realizava sua estratégia através da compra de tecnologias imaturas, ou até mesmo da compra de empresas detentoras destas tecnologias. Foi assim com navegadores, ferramentas de escritório e tantos outros produtos.

Nos últimos tempos, ela parece ter perdido o fôlego de se antecipar e não consegue manter o passo, correndo sempre atrás da inovação dos outros. Um dos casos mais recentes é o serviço de busca do Windows Vista.

Pude experimentá-lo recentemente, na minha nova máquina. É um serviço muito eficiente, que cataloga todos os arquivos do computador e permite buscas contextuais. Porém, não realiza nada a mais do que já fazem o Google Desktop ou o Copernic.

Está certo que é muito bem integrado ao sistema operacional, sendo isso uma grande vantagem para a estabilidade do ambiente, mas fiquei decepcionado quando os resultados não contemplaram os arquivos do tipo PDF. Este formato extremamente difundido na publicação de documentos é indexado pelos outros aplicativos do gênero.

A apresentação dos resultados também não é tão prática e objetiva quanto nos seus concorrentes. Eles ficam num meio caminho entre suas antigas linhas do resultado de busca de arquivos e as sintéticas apresentações em HTML dos outros.

Pelo jeito, a hegemonia do Google nas pesquisas em meu desktop continuará presente por um bom tempo...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Errante

Poderia um livro errar?

Todo livro é expressão humana. Podemos até desconsiderar os mal-intencionados, manipuladores, recheados de vieses ideológicos, noticiados recentemente. Porém, como legítima expressão é difícil os imaginar errando...

Acontece que algumas pessoas tiveram a feliz idéia de fazê-los errar. Errar ao andar sem rumo certo, percorrer livremente: é o projeto livro errante.

A iniciativa partiu de pessoas que se propuseram a deixar livros pela cidade (Porto Alegre ou Recife, Manaus ou Brasília, não consegui precisar qual), a disposição de quem desejar lê-los. O único compromisso é, após terminar a leitura, deixá-los novamente em algum lugar que alguém posso pegá-los.

Os lugares escolhidos são praças públicas, pontos de ônibus, portas de escolas, shoppings. Lá os livros são largados para errar, com o aviso de como proceder em seu compartilhamento.

A idéia surgida em comunidades do Orkut é uma forma de "viralizar" o prazer da leitura. Assim, despretensiosamente, possivelmente as pessoas sejam contaminadas por esse bichinho e o passem para frente.

Unir idéias comunitariamente, agir desapegadamente e confiar na curiosidade humana são bons componentes de uma receita de mudança social. Reflitamos!

domingo, 28 de outubro de 2007

Contemplação

Domingo é dia de descanso!

Deus criou o mundo e no sétimo dia descansou. Poderia Deus se cansar para ter necessidade de descansar?

O descanso de Deus é um descanso contemplativo. Nós também precisamos dessa pausa, desse momento de reavaliação.

Nada melhor do que escolher o domingo para essa 'atividade'... Olhar posicionados do início da semana, do alto de seu comecinho, tudo aquilo que passou e refletir como iremos seguir dali em frente.

O silêncio instaurado em nossa vida, o momento de reflexão, nos ajuda a apurar os ouvidos para os avisos da vida.

Ele também nos auxilia a perceber as coisas boas, as maravilhas ocorridas, todos os sucessos e prazeres, muitas vezes esquecidos, ou despercebidos, pela velocidade da condução do nosso caminho.

Podemos até mesmo comparar esse comportamento com a nossa função cerebral. Ela também não prescinde de reorganização, de certa digestão de toda a informação recebida, para seu perfeito funcionamento e aprimoramento.

E assim rumamos para mais um ciclo, reorgazinados, assentados em nossas dúvidas e certezas, melhor preparados para conduzirmos o barco pela corrente do rio...

sábado, 27 de outubro de 2007

Barbeiro

Se paramos para observar alguns fatos cotidianos encontramos muitas evidências de nosso modo de ser, ou no mínimo estatísticas engraçadas.

Nesta semana fui cuidar do visual. Cortar o cabelo, para ser mais exato e simplista.

Aliás, essa história de cortar o cabelo já suscita muita conversa. Quando criança, eu ia ao barbeiro, hoje a pessoa que corta meu cabelo é uma hair stylist. O que mudou? Basicamente, apenas a escola freqüentada e o estilo de cortar.

Voltando ao corte da semana, durante a 'execução', comumente estou divagando, pensando só mais um pouquinho. Em meio aos meus pensamentos, me dei conta de cortar o cabelo com a mesma pessoa há 12 anos!

Em tempos de volatilidade das relações, é mais do que muito casamento, período de trabalho em empresa, etc. Ao menos não mantenho o mesmo corte. Nesse longo período já pude experimentar diversas mudanças de estilo (isso dever ser influência da expressão 'hair stylist').

Se levarmos em conta um corte por mês, significa que minha cabeça já passou por suas mãos 144 vezes. Durante essa história de 144 visitas, já mudei de empresa, já mudei de tamanho, já casei, muitos entes queridos já se foram, o mundo já girou muitas vezes... Daqui a pouco serão meus filhos também cortando o cabelo com ela.

E o quanto conheço a respeito dessa pessoa? Seu nome, que trabalha no mesmo salão há 12 anos, mora na região Norte da cidade e já esteve alguma vez em Ubatuba, ou seja, quase nada para o período de tempo que nos conhecemos!

Pode ser resultado da sua origem oriental, mas tem grande influência o meu jeito bicho-do-mato. A boa notícia, principalmente para mim, é eu já ter mudado bastante nesse sentido. Mais ainda falta muito, pois uma vez bicho-do-mato, sempre bicho-do-mato. :)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Leitura

Ler é uma experiência particular e incrível.

Tudo é muito bom de ler, principalmente quando nos encontramos com artistas da palavra, condutores de nossos pensamentos por idéias e frases volumosas de sentidos e nuances. De artigos a contos, de revistas a livros, de blogs a e-books, um universo de letras percorre nossos sentidos.

Em especial, os romances são os preferidos de muitas pessoas. Sagas ou pequenas histórias, um conjunto de personagens se apresenta para nos envolver em intrincados, ou às vezes singelos, enredos, tramas ou descrições do cotidiano a nos intrigar.

Gosto muito da metáfora ouvida um dia de uma criança, que não gostava muito de ler, mas aprendeu e veio correndo contar: "Sabe, eu fico ali num cantinho, só observando o que está acontecendo e a história se desenvolvendo, me deixando sempre mais curiosa da continuação...".

A simplicidade de uma menininha revela a magia da leitura, em encantar, cativar e não nos largar mais. O bibliófilo brasileiro José Mindlin diz que a leitura é como um bichinho, que contamina e precisa ser passada às crianças. Na infância se ganha o gosto pelo mundo das palavras e lá deve ser cultivado.

O mundo moderno nos traz diversas novas formas de transmitir a leitura: blogs, sites, e-books, etc. Alguns são reativos a idéia e se apegam ao material dos livros. Acredito, e me interesso, mais na força da palavra transmitida.

Em papel ou digital, em muitas linhas ou poucas e bem escritas, em diversas línguas, não importa, com a boa leitura vou ficando no meu cantinho, me divertindo e só observando...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Butão

Podemos discutir muito sobre os danos ou os benefícios causados pela televisão, ou melhor dizendo, pela sua utilização.

Porém, não há melhor caso de estudo do que o Butão, pequeno e bucólico reino encravado no Himalaia, oriundo do poder feudal dos séculos IX e X.

É difícil imaginar um país sem acesso a televisão, mas o mencionado era até 1999. Foi o último país a ligá-la no mundo!

Após 8 anos de existência, muitas conseqüências vêem sendo notadas, nesta região onde outros gadgets tecnológicos não existiam até então (celulares, Internet, etc.).

Antes a praticamente Shangri-la, com sociedade pautada pelo budismo tibetano, com apenas 700 mil habitantes, língua e moeda com nomes para lá de diferentes (zonghka e ngultrum, respectivamente), vivia em uma paz e serenidade 'estranhas' aos tempos modernos.

Seus monges eram líderes, guias da educação e da espiritualidade, referências para todo o povo. A instituição do ensino nos moldes ocidentais causou protestos por parte da população, acostumada a fonte dos monastérios.

Atualmente, são observados diversos distúrbios comuns em outros países, como roubos e alguma violência. As pessoas passaram a perder tempo na frente da TV. Estão se viciando no uso de celulares e devoram informações na Internet. Os próprios habitantes percebem o gênese de uma desestabilização...

Mas nem tudo está perdido... A tentativa de instalação de semáforos na capital (ela ainda não os possui e talvez nem trânsito para tanto) foi rejeitada pelas pessoas do local, pois os consideraram muito impessoais. O guarda de luvinhas brancas no cruzamento permanece!

O ensinamento budista será mais forte que nossa cultura ocidental!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Rosa

A vida nos guarda gratas e belas surpresas!

Ontem precisava de uma mensagem amiga, de algum alimento para alma, ou simplesmente algo bom de ouvir...

Qual não foi a minha surpresa ao ler o blog de um amigo! Em um post recente, ele apresenta um novo cantor na família: seu enteado, Guarani.

Fui presentado com uma primorosa interpretação do Samba da Rosa, de Vinícus de Moraes, o poetinha.
Falando em poeta e rosa, o simbolismo se tornou maior. Explico-me...

Meu pai foi poeta, mais do que tudo, apesar de formação ou profissão. Ele tinha sua Rosa. Rosa por ser seu nome, ou por sua beleza e graça. Digo 'tinha' pois meu pai hoje faz poesia noutro lugar, mas sua Rosa continua conosco.

Nossos pais são nossos maiores professores. Sua matéria é o amor! Ouvir a música me fez lembrar de suas lições... Lições gravadas bem no fundo da alma.

Feliz o filho que não perde a oportunidade dessas lições. A emoção na interpretação do Guarani parece mostrar que algumas lições ele já andou aprendendo.

Um dia espero poder lecionar um pouco do aprendido. A história de um poeta que sua rosa tanto amou...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Apatia

O diagnostico está feito: o brasileiro é mesmo apático!

Arranjaram o nome "ignorância pluralística" para o comportamento de manada. Mais especificamente, estamos falando da ação individual de acordo com o pensamento do grupo, mesmo em oposição à opinião pessoal.

Quando há alguém observando preferimos agir de maneira a agradar aos outros. Às vezes a intenção e não incomodar, em outras e ser aceito. De qualquer forma, a soma de todas as não atitudes se transforma em uma grande apatia.

Calamo-nos quanto aos desmandos do poder publico, ou com relação à falta de educação de outras pessoas, ou mesmo quando presenciamos as injustiças com os outros. Deixamos de ser solidários ou exigir nossos direitos.

A triste constatação e se supor que esse comportamento e uma das conseqüências do jeitinho brasileiro. Generalizando, todos se sentem implicados, porque todos em algum momento devem algo! "Não vou reclamar, pois vai saber se alguém não reclamara de mim"...

Por esse, e por outros motivos, se faz necessário transformarmos nossa sociedade, através de nossa idoneidade e nossa ética. Que possamos entregar um ambiente melhor as novas gerações, com pessoas mais livres e solidárias!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Viagem

Na minha infância sonhava em um dia viajar pelo universo, a bordo de alguma nave espacial, buscando novos mundos para habitar.

Certamente boa parte da inspiração vinha do seriado Galáctica, com enredo similar, sobre pessoas em busca de um novo lar, algo como caravanas do velho oeste num futuro distante. Os colonizadores do espaço!

Se nossa tecnologia tivesse evoluído, tanto quanto na história do seriado, teríamos uma alternativa para possíveis problemas em nosso meio ambiente, e uma eventual destruição completa. Pode ser que algumas pessoas ainda guardem memórias da ficção como realidade, ignorando atualmente qualquer recomendação relativa a cuidados ambientais.

Apesar de não termos chegado lá, continuamos tentando. Pelo menos a indústria aeronáutica...

A Airbus anuncia o começo da operação comercial de seus novos A380. A aeronave consumiu mais de 10 anos de projeto e 12 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento. O novo equipamento ‚ um monstro dos ares, com capacidade de praticamente o dobro de qualquer aeronave atualmente em atividade.

Ele comporta até 850 passageiros, tem quase o tamanho de um campo de futebol e a altura de mais de 20 metros. Em seu interior ‚ possível a instalação de suítes com sala de TV. Com autonomia de 15.000 km, permite uma viagem de São Paulo ao Nepal sem escalas.

O projeto pretende atender a demanda reprimida de vôos comerciais, demonstrada pelo congestionamento de aeroportos do mundo inteiro, seguindo o conceito de levar mais com consumo menor proporcionalmente. É até mesmo uma abordagem mais ecológica do transporte aéreo.

Se unirmos iniciativas desse porte, na questão de tamanho, com iniciativas de vôos sub-orbitais, como da Virgin Galactic, estaremos possivelmente observando o embrião das grandes viagens interplanetárias ou até intergalácticas.

O futuro pode estar muito distante, mas talvez um dia realmente possamos ir "onde nenhum homem jamais esteve"!

domingo, 21 de outubro de 2007

Bahia

"Você já foi à Bahia, nêga?
Não? Então vá!
Quem vai ao Bonfim, minha nêga
Nunca mais quer voltar..." [1]

A Bahia é sincrética, multicultural e muitos outros 'multis' que podemos lembrar. A Bahia é de todos os santos! Caymmi, e muitos outros de seus poetas, a imortalizam em sua arte.

Da sua imortalização surgem lendas... Algumas até nos convencem.

Estive lá há alguns anos. Fiquei maravilhado com suas igrejas e toda a sua riqueza e história. Reconhecida e merecidamente um patrimônio da humanidade! Afinal, se é terra de todos os santos, onde eles teriam melhores moradas? :)

Li esses dias: há em Salvador 365 igrejas, uma para cada dia do ano. Suspeitei que fosse lenda... Numa primeira pesquisa, o número parece ser verdadeiro, ou no mínimo possível. Mas já pensou a dimensão da cidade para comportar tantas construções?

Em meio a pesquisa, encontrei o possível causador, ou propagador da informação: Caymmi! Em sua música 365 igrejas (!) um pouco dessa história é contada, e propagada.

Para informação de todos, segundo a Arquidiocese de Salvador, o número de paróquias é 89. Sendo a informação oficial, não há porque duvidar. Ainda assim é um número expressivo! Na relação da arquidiocese há também as datas de início da paróquias. Poucas são do século XVI, mais precisamente apenas duas. A grande maioria é do século XX.

A polêmica pouco importa. A Bahia continua de braços abertos a todos (sem nenhum cachê, da minha parte) e...

"Lá tem vatapá! Então vá!
Lá tem caruru! Então vá!
Lá tem mungunzá! Então vá!
Se quiser sambar! Então vá!"

sábado, 20 de outubro de 2007

Vigilância

Muitas pessoas imaginam ser a melhor solução prevenir a violência. Alguns até gostariam de se antecipar aos crimes e agir preventivamente. Quem ainda não assistiu Minority Report?

Pois é... Apesar dos avisos da ficção, estamos na eminência de ver um projeto, nos moldes do filme, se concretizar. O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos tem em andamento o Projeto Intenção Hostil, que pretende identificar pessoas com intenção de cometer atos de terrorismo.

Diferentemente da história estrelada por Tom Cruise, não serão pessoas paranormais os motores da tecnologia para vigilância do comportamento das pessoas. A idéia é analisar as expressões corporais, faciais e comportamentais de pessoas, em locais públicos, através de câmeras de vigilância e, através de softwares específicos, identificar comportamentos de hostilidade ou desejo de ludibriar.

Além das questões relacionadas à privacidade, podemos imaginar muitas outras conseqüências de medidas desse tipo. Como se já não bastassem todos os constrangimentos e dificuldades para entrada nos aeroportos americanos. Talvez eles busquem mais algumas formas de reafirmar preconceitos...

Toda essa história nos faz lembrar o personagem Big Brother, do romance 1984 de George Orwell. Desde 1949 alguém já nos alerta sobre as implicações do controle e vigilância totalitário pelo estado... Aliás, outros alertas da literatura estão em Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, ou Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.

O certo é que a prevenção deveria ocorrer nas causas dos males modernos, da violência, do terror, da fome ou da miséria, e não nas suas conseqüências. Por mais óbvia que essa afirmação possa parecer, são poucas as mostras de ações condizentes com ela.

Por outro lado, se a nova tecnologia funcionasse, talvez pudéssemos adquirir uma versão para instalar em Brasília. Talvez fosse possível distinguir nossos homens públicos, entre bons e ruins. Será? :)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Asimov

A primeira vez que ouvi o nome Isaac Asimov foi há muito tempo e me soou um tanto estranho.

Também pudera, é um nome nada tupiniquim, ou até mesmo latino, de uma pessoa nascida em um local do mundo muito distante, em um povo com cultura bem diversa da nossa.

Aos poucos pude descobrir o maravilhoso universo da literatura de Asimov. Na época cursava Física e obviamente meu maior contato foi com sua ficção científica.

Encontrei uma pessoa nascida no começo do século passado com a visão da eternidade, como se houvesse viajado pelo tempo, tal qual em seus diversos contos.

É impossível não se fascinar com suas idéias e visões do futuro ou do seu mundo contemporâneo. Algumas pessoas nascem em um tempo completamente diferente da cronologia de sua alma.

Essa semana apresentei o autor a um colega de trabalho. Após pouca apresentação, ele me pareceu conquistado, apenas pela menção de pequenos pontos da obra. Esse é o efeito Asimov: mesmo pequenas gotas de seu conteúdo podem envolver totalmente uma pessoa.

Em menos de um dia fui surpreendido com um achado do meu colega. Ele encontrou a citação de um texto de Asimov simplesmente impactante. Em 1979, ele já previa grande parte do mundo da informação atual (Internet, Google, Wikipedia, etc.), previsão digna de um Nostradamus da sociedade cibernética.

A citação é do livro Choice of Castrophes:

"Haverá uma tendência para centralizar informações, de modo que uma requisição de determinados itens pode usufruir dos recursos de todas as bibliotecas de uma região, ou de uma nação e, quem sabe, do mundo. Finalmente, haverá o equivalente de uma Biblioteca Computada Global, na qual todo o conhecimento da humanidade será armazenado e de onde qualquer item desse total poderá ser retirado por requisição."

"...Certamente cada vez mais pessoas seguiriam esse caminho fácil e natural de satisfazer suas curiosidades e necessidades de saber. E cada pessoa, à medida em que fosse educada segundo seus próprios interesses, poderia então começar a fazer suas contribuições. Aquele que tivesse um novo pensamento ou observação de qualquer tipo sobre qualquer campo, poderia apresentá-lo, e se ele ainda não constasse na biblioteca, seria mantido à espera de confirmação e, possivelmente, acabaria sendo incorporado. Cada pessoa seria simultaneamente um professor e um aprendiz."

É uma pena não surgirem Asimovs tão facilmente. Ao menos podemos facilmente encontrar sua obra, até mesmo em português.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Desilusão

O panorama político atual nos traz uma enorme sensação de desilusão.

Talvez seja efeito do nosso envelhecimento, do deixar a juventude idealista e passar a uma vida adulta mais realista. Talvez não...

Pode ser efeito do processo de amadurecimento político, após algum tempo de exercício de nossos direitos. O maior problema é começarmos a encontrar um ambiente muito homogêneo. As disputas ideológicas de outrora se resumem atualmente em troca de acusações, em tentativas de desmoralização.

Agrava-se a situação quando percebemos não ser um resultado localizado, apenas no Brasil, mas presente nos mais diversos países, representantes de todo tipo de cultura e história.

Infelizmente, apesar da presença da democracia, vemos povos apáticos às questões políticas, como se o mundo prescindisse de sua existência.

A vida em sociedade demanda negociação, consenso e representatividade. É indispensável a existência de nossos representantes e de sua atuação coerente e efetiva.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Ingratidão

A ingratidão nos corta profundamente na alma. Como lâmina afiada dilacera o tecido sutil de nosso ser.

O menor dos problemas é a falta de retribuição, pois as ações do coração nunca são feitas esperando algo em troca.

Corta mais a consciência do insucesso. Insucesso em tocar o coração do outro, pois o coração tocado jamais seria ingrato.

Ao vermos uma ingratidão ocorrer, se manifestar, nos compadecemos com a pessoa alvo. O senso de injustiça nos assola, nos incomoda como fato ocorrido conosco. Ninguém deliberadamente escolha ser ingrato, decide fazer dessa forma, seria impossível.

Desconheço proteção contra a ingratidão. Parece não haver nada a ser feito. Apenas podemos agir sempre de coração aberto, repleto de fraternidade.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Temor

Nossos medos são frutos de nossas incapacidades.

Talvez seja melhor entendê-los como nossa suposição de fragilidades. Acreditamos não sermos capazes de algumas coisas e tememos.

A aproximação da pessoa amada nos traz a perspectiva de sermos incapazes de agradar e nos amedontramos. Preferimos, muitas vezes, não arriscar, só de pensar na hipótese de rejeição.

Nas alturas pensamos na perda de equilíbrio, na nossa pequenez frente à imensidão da distância separando-nos do chão. É bem sabido ser impossível voarmos, mas isso está longe de ser sinal de queda.

Quando o assunto é confrontação física, nosso medo advém de nossa fraqueza muscular, como se fossemos fragilíssimos e somente a força bruta pudesse resolver o conflito.

Até mesmo em nossa carreira profissional receamos não conseguir continuar. Conseguirei encontrar nova colocação? Quanto tempo levarei? Estarei apto a cumprir o papel necessário?

É certo que os destemidos têm uma auto-avaliação muito boa. Confiam em seu potencial para enfrentar os desafios.

Mesmo sem nos iludirmos, sejamos mais confiantes em nossas potencialidades e deixemo-las influenciar em nossos destinos. O medo apenas nos estagna.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Privacidade

Antes de mais nada, gostaria de salientar que não estou neurótico com a questão de privacidade.

Porém, é inevitável prestar atenção às possíveis armadilhas nascidas nos últimos tempos. Já apontei algumas em posts anteriores (1, 2), mas parece sempre haver novidades.

O Contran instituiu o SINIAV (Sistema Nacional de Identificação de Automática de Veículos). O sistema, já aprovado, prevê implantação a partir de 2008, com término previsto em 2011. Através dele, infrações poderão ser associadas aos veículos precisamente, com o adicional de tornar possível a localização de qualquer um na sua área de atuação.

A tecnologia vem contribuindo com muitas outras formas de rastreamento. Basta pensar nos cartões de crédito, com todos os registros de nossas transações de compra. Suas outras modalidades, como cartões de débito ou vales-alimentação também permitem o mesmo rastreamento.

Falta pouco para chegarmos ao ponto do filme The Net, com a Sandra Bullock. Na história, a personagem tinha sua vida revirada através da alteração de seus dados de identificação e localização por meio de serviços. E o filme já tem 12 anos!

Precisamos estar alerta! Claro que sem deixar de usufruir as vantagens trazidas pela tecnologia.

domingo, 14 de outubro de 2007

São Francisco

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.

Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

sábado, 13 de outubro de 2007

Insensatez

"A insensatez consiste em se esforçar para ser lúcido".

Cristovan Buarque, ao lapidar a frase acima, alvejou grande parte da nossa insatisfação para com o comportamento humano contemporâneo.

Especialmente em nosso país, somos obrigados a concordar com sua afirmação. São tantas as faltas de sentido, tanta falta de lucidez...

É tão difícil ser e seguir lúcido, são tantas as forças contrárias, que o esforço por sê-lo acaba insensato.

Faz menos de um mês ficamos estupefatos com a notícia da 'estupenda' escolha dos livros escolares, utilizados pelas crianças em nossa nação.

Na semana que passou, soubemos mais detalhes das desventuras em série sobre a produção do material. Segundo a revista Época, o tal autor não é formado em história, ninguém sabe até mesmo onde se formou e, após a publicação da reportagem, saiu de férias ninguém sabe para onde.

Pois esse Sr. Desconhecido ganhou o privilégio de influenciar, conscientemente ou não, alguns milhões de brasileirinhos. Apenas para efeito de comparação, segundo a revista, ele já vendeu mais do que Paulo Coelho! Antes fossem influenciados pela inocente magia do mago.

Precisamos nos nutrir de alguma luz. A lucidez não pode ser mercadoria tão rara. Ou loucos somos nós?

Espero que um dia nossa insensatez não seja tão insensata...

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Aparecida

O culto a Nossa Senhora Aparecida é manifestação da fé fervorosa do povo brasileiro.

Todos os anos somos surpreendidos com suas estatísticas e os monumentais eventos relacionados à comemoração do dia da padroeira do Brasil, principalmente na Basílica da cidade de Aparecida do Norte.

Neste ano, minha surpresa maior foi descobrir que Nossa Senhora da Conceição, aquela tornada Aparecida quando encontrada por pescadores, é a padroeira de Portugal.

A coincidência de padroeiras, no fundo a mesma, com nomes diferentes, revela um pouco da mais de nossa intrínseca relação com nossos colonizadores. Quais coincidências mais não guardarão nossas histórias?

Não bastasse essa economia de identidades, ambas são manifestações de um dogma e não de uma aparição. Parece vocação nossa pela humildade, pela simplicidade de nossa brasilidade, desde os primórdios.

Felizmente essas coincidências não diminuem em nada nossa fé e a beleza da devoção do povo. Como filhos humildes, e de coração sincero, pedimos: Mãe Aparecida, rogai por nós!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Novidade

Novidades sempre nos trazem certo desconforto, apesar de algum encantamento inicial.

Nos últimos dias, estou experimentando uma novidade: o Windows Vista. Adquiri um novo computador e este é o sistema operacional enviado com ele.

O engraçado de ver uma nova versão de algo tão conhecido é perceber que tudo é o mesmo de antes, sem sê-lo.

Com essa percepção vem o desconforto... Porque colocaram as coisas em lugares diferentes, justamente agora que já as tenho de cor? São tão conhecidas, tão cotidianas, que nem me lembrava da sua existência.

Já podia me preocupar apenas com coisas importantes, e não com o superflúo de drivers e configurações. Tais itens apenas fazem o computador funcional, mas dão um trabalho enorme para seu ajuste corretamente.

Um dia teremos um computador semelhante a um aparelho de televisão: é só ligar e usar! E sem ter grande problemas de configuração, a não ser o padrão de tensão da tomada, isso se não for bivolt automático.

Enquanto isso não ocorre, termino por aqui, e verei se ainda tenho algum tempo antes de dormir para acertar mais uns pontos... que não sejam muitos!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Perguntas

Passamos a vida em meio a diversas perguntas, cheias de dúvidas e filosofia, um questionamento constante de 'por quês' e 'comos'.

É difícil não atravessar um dia sequer sem ter em mente a busca de alguma resposta. Por de ser a natureza humana, ou também pode ser questão de terapia... :)

Buda nos ensinou: "A vida não é uma pergunta a ser respondida. É um mistério a ser vivido".

O desafio é conseguir apenas viver o mistério, apenas se integrar a algo maior, aprender a apenas compor parte.

A cultura oriental sempre se apresentou mais adaptada a essa forma de pensamento. Sempre esteve mais perto do grupo do que do indivíduo.

Nós ocidentais e nosso individualismo teimamos em olhar par o eu, como se ele existisse. Os orientais há muito tempo já descobriram se tratar apenas de uma grande ilusão.

O significado exato minha mente ocidentalmente cartesiana ainda cria empecilhos para entender. Vou apenas tentando não perguntar tanto e viver um pouco mais...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Voar

Peter Pan ensinou a Wendy e seus irmãos como voar: basta ter pensamentos felizes!

Nada mais simples, não é mesmo? Os pensamentos felizes são nossos propulsores, alimentam o motor de nossos corações e nos elevam.

É uma pena que muitas pessoas, depois de crescerem, esquecem esses pensamentos felizes. Algumas pessoas carregam até uma 'nuvenzinha preta' de seu mau humor cotidiano.

Crianças são cheias de pensamentos felizes e por isso o futuro é todo delas. Com tanto combustível elas podem chegar muito longe, desde que não as podemos.

Devemos preservá-las da forma adulta de tentar voar. Precisamos nos contaminar com um pouco de seus pensamentos felizes, e muitos outros de nossa infância.

Crescer é necessário e acontecerá com qualquer pessoa. Faltou ao Peter Pan entender que não é esse o problema, o grande erro é esquecer aquilo que nos faz voar...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

XNA

O nome XNA parece até batizar algum tipo de gene alienígena. Não é, não...

É uma das muitas iniciativas da Microsoft, preocupada em tornar mais fácil, produtiva e acessível a criação de jogos tanto para PCs como para o console Xbox 360.

No mercado milionário de jogos (para computador, console, celulares, Internet...) a gigante do software vem a algum tempo tentando se posicionar.

Depois de uma série de tropeços, seu console se firma como uma boa opção. Com a iniciativa, se pretende estender esse sucesso para todas as áreas envolvidas em games.

Mais do que uma plataforma de desenvolvimento, ele faz parte de todo um conjunto de ações com comunidades, empresas parceiras e a academia, além do fornecimento de um framework completo para a produção de jogos, em diversas plataformas.

O ambiente de desenvolvimento é gratuito, há templates de projetos, IDEs, game components, além de ferramentas para carga e manipulação de objetos 2D e 3D, texturas, etc, mais APIs diversas. O sonho de qualquer desenvolvedor da área.

Mais uma grande lição da gigante de como uma empresa faz para se tornar gigante!

domingo, 7 de outubro de 2007

Carinho

Nós, brasileiros, somos tidos como mais sociáveis do que europeus ou americanos. Nem sempre essa afirmação é sinal de elogio.

Em grande parte, essa opinião tem uma carga pejorativa, do ponto de vista deles. Porém, agora chegou a sua vez de experimentar a sensibilidade humana...

Depois de tanto de tempo de frivolidade e formalismo, eles sentiram falta de um calor humano como o nosso, do abraço e um aperto de mão sincero.

Inventaram um nova moda, a cuddle party. São festas, workshops como eles preferem, para as pessoas exercitarem sociabilização e trocarem carinhos.

Os grupos são formados com pessoas totalmente desconhecidas. Elas se inscrevem e comparecem para participar de um evento de troca de carinhos e contato humano, sem nenhuma conotação sexual.

Como em um workshop mais tradicional, há uma sessão inicial de 'quebra-de-gelo', para uma apresentação inicial, esclarecimento de regras e exercícios de desinibição. Um dos pontos principais é aprender a dizer não, para ser sincero e expressar seus consentimentos ou não.

A parte final é o ponto alto, quando todos as pessoas se misturam e trocam afagos e cafunés! Pois é, eis uma forma forçada de se obter o natural e instintivo, com pessoas conhecidas.

É um indício da carência promovida pelo mundo atual, até mesmo naqueles com a aparência mais impávida possível...

sábado, 6 de outubro de 2007

Monogamia

A espécie humana não se cansa de dar mostras do desafio constante que impõe a natureza, transformando-a e evoluindo.

Em excelente reportagem da revista Galileu, edição de outubro de 2007, a matéria de capa de Fernanda Colavitti trata da monogamia, ou de seu possível fim.

Uma das partes mais interessantes apresenta as evidências, de algumas pesquisas, sobre a definição poligâmica dos seres humanos.

Em três aspectos, independentes de influências sociais, pois ocorrem nas mais diversas culturas, surgem em nós indícios de comportamentos adotados por espécies poligâmicas. São eles:

- dimorfismo: diferença físicas entre os dois sexos
- bimaturismo: a diferença de tempo de maturação sexual entre o homem e a mulher
- violência masculina

Mesmo com aspectos reveladores de nosso passado poligâmico, em algum momento, a cerca de 5 mil anos atrás, nós decidimos mudar nosso comportamento e nos tornarmos monogâmicos. Mudamos e nos mantemos, em grande maioria, assim por todo esse tempo.

Atualmente, ocorre um movimento de pessoas defensoras do amor sem limites e com compromisso: o poliamor. De certa forma, estão expressando seus sentimentos em tempos de maior liberdade de expressão.

Estes fatos explicam muitos dos conflitos pelos quais muitas pessoas passam. Vale a pena ler mais sobre o assunto e conhecer um pouco mais de nossa natureza controversa.

Apesar dos pesares, ainda acredito na preservação do relacionamento a dois, com o cultivo diário de bens preciosos: o amor e a cumplicidade de quem escolhemos para todo sempre. É um dos nossos modos mais humanos de ser!

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Vocabulário

Conquistar um bom vocabulário representa muito mais do que se tornar um dicionário.

As palavras representam nossas idéias, nossas concepções a respeito de tudo. O seu conhecimento e de seu significado ampliam nossa compreensão e, principalmente, nossa capacidade de expressão.

Conhecer diversas formas de expressar o mesmo, ou antepô-lo, nos permite 'ver' por ângulos variados.

Poder representar de diversas formas nossos pensamentos nos possibilita alcançar diversos públicos, com as mais distintas características.

No final de semana, em um programa do canal Futura, Ruth Rocha pontuou perfeitamente a questão da lida com a linguagem quando afirmou não ser possível gostar daquilo que não se entende.

Em grande parte, o brasileiro não gosta de ler porque não entende o que lê. São inúmeras os estudos realizados sobre o analfabetismo funcional, perpetuado por nosso sistema de ensino descompromissado com o gosto pelo saber.

Somente a leitura pode ampliar o vocabulário, e somente ele trará o fator necessário para apreciá-la. Um ciclo fechado e recursivo que só pode ser iniciado da maneira mais simples e difícil: começando a ler!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Desafio

Em tempos de comemoração dos 50 anos de lançamento do Sputnik, o mundo empresarial nos dá mais mostras de seu poderio, através de seu maior ícone moderno, a Google.

Depois de lançar o Google Sky, e outro filho do projeto o Google Moon, a empresa lança uma nova empreitada, um desafio chamado Google Lunar X Prize.

Também chamado de Moon 2.0, o desafio provoca empresas dispostas a entrar na corrida espacial, premiando quem conseguir chegar primeiro a superfície da Lua e postar imagens diretas de lá para o Youtube.

É muita convergência tecnológica!

O prêmio é extremamente atraente: US$20 milhões. Além de toda a propaganda com o pioneirismo e exposição na Internet, mais a parceria com um o maior pioneiro em diversas áreas da atualidade.

Como retrospectiva, temos quase quarenta anos sem pisar no solo lunar, isso se alguém algum dia realmente estivemos lá, como defendem alguns teóricos de conspiração. No mínimo esses anos são evidências das dificuldades técnicas e econômicas para a realização do projeto.

De qualquer forma, mais uma vez a iniciativa privada toma nas mãos o motor da história, para levar o ser humano onde ele jamais esteve!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Advogado

Admiro o poder da oratória de grandes advogados.

A atuação na lida com as leis depende de clareza, objetividade e domínio dos códigos. É uma grande mistura de linguagem com entendimento da estrutura legislativa.

No momento de chamar alguém em auxílio (in auxilium vocatus) certamente pensaremos em contratar o melhor.

Em um mundo com quadro econômico-social-político extremamente complexo, conseqüentemente as regras também o serão. Assim se faz indispensável o auxílio dos profissionais do direito.

Apesar dos estereótipos, e até algumas piadinhas, há grandes chances de precisarmos de um deles, em algum momento da vida. Todo mundo procura ter um amigo médico, um contador, um analista de sistemas e um advogado!

No ambiente empresarial, diante de um cenário de regras tão intrincadas, é crescente a participação de consultores jurídicos, empregados ou terceiros. Em muitos casos, sua atuação está nos mais altos cargos gerenciais.

Aliando comunicação e conciliação, os advogados fazem uso de duas das mais humanas habilidades.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Boato

O melhor boato é aquele com nenhuma informação confirmada e referente a alguém de destaque. Ninguém melhor do que a Google para ser alvo de mais um...

Correm rumores de bastidores sobre um novo lançamento da empresa: o Gphone. A idéia é um telefone gratuito, móvel, com cobertura nacional (nos Estados Unidos), bancado pela venda de propaganda.

Como todo bom burburinho, já foi dito de tudo sobre o novo equipamento: é um tipo de BlackBerry, não é hardware, é software, seria baseado em Linux e até já estaria sendo produzido.

Bastaria caçarmos e acharíamos outras tantas notícias a respeito. Independentemente de todas elas, as empresas de telefonia devem estar preocupadas.

Com tantas suposições a respeito, de tantas fontes distintas, algum fundo de verdade deve existir. Pelo menos é o que um boato tão difundido procurar proporcionar: desconfiança!

Ninguém duvida que se for intenção da Google, ninguém os segurará e eles têm condição financeira, tecnológica e comercial de fazê-lo.

Onde essa 'brincadeira' irá parar?

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Biblioteca

O romano Cícero já dizia há muitos séculos atrás: "Se tiveres uma biblioteca como jardim, tens tudo."

Em uma época de escassos livros, ele reconhecia a importância destes na difusão do conhecimento, no registro corpóreo da espécie humana.

Mesmo em nosso tempo, onde livros nem são tão escassos, o problema é a acessibilidade deles.

Notei nos últimos meses um maior número de pessoas lendo durante a minha viagem diária no Metrô. Quem já tentou sabe como exige concentração tal leitura, nem sempre sendo o local ideal, mas é uma ótima forma de conseguir aproveitar esses minutos diários.

Os brasileiros comumente têm certa aversão à leitura, então a que atribuir a manifestação no transporte público?

Esse final de semana conheci o Instituto Brasil Leitor. Ele desenvolveu o projeto Embarque na Leitura, na cidade de São Paulo. A iniciativa privada patrocina os livros, o instituto monta e mantém a estrutura e o Metrô cede o espaço para bibliotecas. A população ganha acesso gratuito e de qualidade a livros atraentes.

Já são três estações com bibliotecas, 12.000 usuários e cerca de 78.000 empréstimos realizados. Para se inscrever basta documento de identidade. A facilidade de associação não implica em desrespeito, o serviço apresenta um dos menores índices de extravio.

Onde foi dada oportunidade, as pessoas se nutriram do jardim de papel. É a transformação do mundo pela leitura!