Automação

Lutar em uma guerra, para defender sua pátria, já foi sinal de grande bravura.

Digo isso pois os tempos são outros, seja pelas reais intenções envolvidas nos conflitos, seja pela mudança cultural, onde a violência não é mais bem aceita pelos povos.

Para completar o novo cenário, foram apresentados recentemente novos modelos de avião de combate, controlados remotamente.

Já eram conhecidos os aviões espiões, usados no Iraque, com essa tecnologia. A novidade são aviões com munição, capazes de realizar ataques a locais bem distantes, sem a presença de um piloto a bordo. Ficou mais fácil ter coragem para tanto, não?

É certo que atualmente apenas os Estados Unidos possuem tais equipamentos, mas não é difícil imaginar um futuro quando outras nações também os possuirão. Podemos vislumbrar guerras sem pessosas, apenas com o controle de consoles.

Uma boa idéia seria passarmos a disputar nossos conflitos na base do videogame. Seria muito mais barato e muito mais diverto!

Marcas

A vida nos deixa marcas!

Cada momento vivido, cada dia de sol, cada expressão no rosto, cada experiência de felicidade, todos esses instantes nos deixam sinais internos e externos. Ambos refletem nossa história.

Quem somos senão nossa própria história? Nosso aspecto muda, nossas idéias mudam, só não muda nossa existência vivida.

Infelizmente nem todos desejam a presença de tais marcas, principalmente em seu exterior. Será vergonha do vivido ou do não vivido? Do feito ou do deixado de fazer?

Na tentativa de apagar as marcas da vida ganham um aspecto de artificialidade. Sua aparência os coloca a margem da história, deslocados de seu tempo. Fogem do inevitável, como criança se escondendo de alguém, atrás de uma cortina, mas deixando os pezinhos de fora.

Prefiro o curso natural, o registro de vida, impresso indelevelmente em nossa face. Como um testemunho eterno, sou orgulhoso do documento natural que carrego comigo.

Invenção

Criança adora inventar! Inventa amigos, inventa mundos, inventa brincadeiras. Inventando teoriza e põe em prática sua visão de mundo.

Quem nunca se divertiu falando a língua do P? Na minha versão, peu pfa pla pva pco plo pcan pdo pp pnas psí pla pbas. Descobri outras versões, mas todas trazem o prazer de inventar e viver a invenção.

Muitas vezes alguns adultos continuam inventando...

A lingüista Sonja Elen Kisa criou a Toki Pona, uma língua inventada e extramamente simples. Ela a desenvolveu para expressar o máximo sentido com o mínimo de complexidade. É inspirada em outras experiência, como o Esperanto. Ousada, não?

Mas por trás da ousadia, está muito mais a infantil capacidade de criação, de moldar o mundo, ou construí-lo e experimentá-lo. Há tanta força na iniciativa que, em menos de 6 anos, já conquistou seguidores por todos os cantos do mundo e um vasto número de iniciativas de aprendizado e de uso.

Quem desejar aproveitar é so aprender, a língua ou a perspectiva.

"mi kama sona e toki pona !"

Coragem

"Muito antes de morrer, morre o covarde."

A frase de César, na obra "Júlio César", de Shakespeare, sintetiza o espírito da sabedoria em enfrentar a vida e suas dificuldades.

Amedontrar-se frente os obstáculos somente nos priva de aproveitar as oportunidades. Precisamos estar sempre disponíveis aos eventos a nós oferecidos.

Durante o Parapanamericano pudemos ver diversos exemplos de pessoas que não se acovardaram e, surpreendentemente para muitos de nós, enfrentaram muitos problemas para atingirem o topo do esporte paraolímpico.

Estas pessoas estavam abertas as chances oferecidas e se agarrraram a ela, se entregando da melhor maneira possível.

Se ser um atleta no Brasil já é sinal de superação, imagine um atleta especial... Parabéns aos nossos corajosos para-atletas!

Praia

Não faz muito tempo, um colunista teceu a expressão 'praia plastificada', em protesto e referência a ocupação de praias turísticas por cadeiras disponibilizadas pelos hotéis e restaurantes.

Em seu texto, ele se manifestava contra a exploração intensa de paraíso naturais. Nesses lugares não sobra uma pequena faixa de areia sequer, ou se acaso sobra é de localização não previlegiada, por exemplo, cheia de mosquitos.

Parece que agora a expressão pode ser levada mais a sério...

Segundo uma pesquisa de Universidade de Plymouth, na Inglaterra, há praias na costa de seu país com cerca de 20% de plástico compondo a areia, resultado de lixo plástico jogado no mar!

Não se sabe quando será decomposto, nem mesmo se um dia será. A ação do homem continua transformando a natureza, nem sempre da melhor forma.

Vou começar a me preocupar com os hoaxes a respeito da água nossa de cada dia...

Infinito

"To the infiniy... and beyond!"

O personagem Buzz Lightyear, com seu eterno bordão, deveria ser contratado como garoto propaganda da Google.

Como se não bastasse o universo de ferramentas disponibilizadas por ela, agora criaram mais uma ferramenta para explorarmos o universo, literalmente.

A novidade é o Sky do Google Earth, recurso disponível na versão 4.2 do programa. Através dessa nova função, além de navegar pelo planeta podemos escolher um ponto do céu, ou uma coordenada e viajar pelo espaço.

Depois de indexar documentos na internet (google.com), os documentos em nosso computador pessoal (Google Desktop) e o próprio planeta (Google Earth), eles inventaram um jeito de indexar o universo!

Só falta indexarem nossa cabeça! :)

Como eles sobrevivem da apresentação de propagandas, os chamados links patrocinados, quero só ver como farão para apresentá-los no espaço... Os deuses da esfera celeste que se cuidem!

Deixar eu correr para baixar a atualização e matar minha curiosidade.

Nome

Batizar é constantemente um desafio!

Definir o nome de algo ou alguém sempre carrega uma aura de reponsabilidade, não importa o quanto já fizemos isso pela vida.

O bicho homem sempre foi uma criança interessada em apontar e definir. Desde de muito tempo atrás estamos construindo nosso mundo atráves de seus nomes.

Os nomes já foram, ou até ainda são, tema de estudo para o nominalismo. Até os gregos já haviam dada tamanha importância aos nomes, postulando serem eles a própria origem da realidade.

Escolhemos alguns com muita propriedade, outros cheios de significado e muitos tantos de maneira descompromissada. Representam nossa visão e nossa relação com o meio, nossa reação ao contato externo.

E assim vamos seguindo, nomeando... Eu já tenho minha parcela diária, para encontrar um nome para cada novo post escrito. :)

Avatar

Todos nós construímos auto-imagens emblemas de nossos desejos e temores.

Em nossas mentes criamos ilusões de nossa aparência ao mundo, de nosso impacto, de nossa impressão.

A tecnologia concretrizou, com o mundo virtual e seus jogos, a possibilidade de materializarmos esse nosso eu interior, revestido de todos os nossas aspirações, ao alcance de um click.

O avatar de cada pessoa é seu alter ego com células feitas de bits.

Inicialmente, podemos pensar apenas em brincadeira de criança, ou fuga de adultos malucos, mas hoje soube de uma nova função extramamente útil a esses pequenos seres. Através deles pessoas com deficiência, ou outros problemas, estão se integrando socialmente.

Através de sua máscara e corpo digitais podem alcançar o mundo e se apresentar sem sofrer preconceito. Por exemplo, pessoas com problemas físicos ganham liberdade, ainda que apenas de espírito.

A tecnologia está a postos para nos tornar melhores. A mensagem é antiga, apenas está apresentada em um novo meio: quem vê cara, não vê coração.

Betty Boop

Alguns personagens se tornam eternos e ressurgem periodicamente para nos lembrarmos de sua existência.

Esses dias uma amiga me perguntou: "Quem (ou o quê) é essa Betty Boop?". A pergunta não foi à toa, pois nos últimos tempos podemos encontrar diversos itens temáticos relacionados a ela, de chaveirinhos a pad mouse.

Falei rapidamente sobre essa setentona conhecida de muitas pessoas, para tentar dar uma idéia de quem se tratava. Para a ilustração ficar mais completa, arrisquei procurar no Youtube. Mais uma vez a 'maior locadora da atualidade' não decepcionou, até vídeos dessa pin-up estão lá.

As recentes referências a esse antigo ícone, certamente já eterno, me suscitaram algumas perguntas:

- O que faz as pessoas ainda lembrarem dela?
- Qual o interesse em ter um chaveirinho com a bonequinha?
- Existe alguma relação ao estilo ou alguma referência?
- Como começou essa história de sucesso e qual seu segredo?

Desconheço as respostas, mas vejam eu mesmo alimentando mais um pouco essa história. Novamente serão os memes?...

Quero

Quero deglutir o mundo
Saciar a imensa fome de vida
Quero ir mais fundo
Alcançar sua face mais colorida

Quero invadir o mundo
Visitar os mais distantes rincões
Quero respirar mais fundo
Inspirar o perfume de muitas emoções

Quero saborear o mundo
Experimentar todos os seus sabores
Quero enxergar mais fundo
Examinar seus matizes e cores

Quero confundir o mundo
Ser inesperado a cada dia
Quero me sentar ao fundo
Apreciar toda a alegria

Quero assumir o mundo
Resolver os problemas mais intrincados
Quero cutucar mais fundo
Deixar a todos mais incomodados

Quero suportar o mundo
Fraternizar com meus semelhantes
Quero viver mais fundo
Ajudar como nunca antes

Quero revelar ao mundo
Ser apenas meu eu singular
Quero o amor profundo
Talvez até morrer de amar

Dente

Em muitas histórias, gigantes são derrotados por pequenos homens comuns.

Por vezes parece difícil algo assim acontecer... Espere até ter uma dor de dente!

Já não me lembro quando foi a última vez que sofri de dor de dente, isso se algum dia aconteceu comigo. Seja por falta de memória, ou por falta de experiência, não avaliava como seria.

Um pequenino pedaço de nosso corpo, com uma pequena lesão, causa um profusão de sensações doloridas indescritíveis. Nem sei se posso classificar o ocorrido como dor, pois mais parecia o incômodo de uma ferpa na gengiva e não a sensação de um corte ou ferimento.

De qualquer forma, somente consegui dormir com a ajuda da dupla anti-inflamatório e analgésico. Quem me conhece sabe o quanto difícil é eu não conseguir dormir... :)

Essa batalha noturna serviu para me lembrar de o quanto pequenas coisas podem nos abalar e devemos saber enfrentá-las. Além disso, qual não será o padecimento de pessoas com problemas muito maiores.

Só tenho a agradecer pela solução rápida dada por uma dentista de emergência. Quem dera pudéssemos resolver qualquer problema com um pulinho no consultório...

Dr. Jekyll

É comum nos espantarmos com as surpresas guardadas em nosso íntimo.

A história do Dr. Jekyll ilustra muito bem essa faceta humana. Nós, seres humanos, somos capazes de quando somos maus, conseguimos cometer barbaridades piores que as praticadas por qualquer outro animal observado, mas ao exercitarmos nosso lado bom, também vamos além de todas as demais espécies, como bem lembrou Frans de Waal, em entrevista a revista veja dessa semana.

Basta atentar ao noticiário e teremos facilmente um sem número de exemplos das barbaridades possíveis, da política até a violência mais crua.

Por outro lado, felizmente não nos faltam exemplos de doação e bondade além de nossa concepção, como é o caso da Toca de Assis, fraternidade católica dedicada ao zelo aos mais pobres. São inúmeros os jovens integrantes, bem jovens mesmo, dedicados a cuidar do povo da rua, e de qualquer outro necessitado, aqui na cidade de São Paulo, por exemplo.

Como na história do médico e o monstro, a luta pela manutenção da face boa parece eterna. A esperança está na resistência do espírito humano pela defesa da vida e do amor, como não cansam de nos mostrar os exemplos de entrega desprendida e altruísta.

Pensamento

"Somos o resultado de nossos pensamentos."

O ensinamento budista guarda muito mais do que uma fórmula das novas correntes editoriais de auto-ajuda. Muitas delas utilizam essas idéias e mistificam as mais simples conseqüências do comportamento humano.

É fácil notarmos quantas vezes somatizamos doenças, pelos mais diversos motivos: psicológicos, sociais ou financeiros. A somatização é reflexo de nossa alteração metabólica no enfrentamento de problemas.

Pode ser resultado da evolução das espécies, ação de mecanismos antigos inconscientes em novas situações, com condições diferentes e resultados adversos. Certamente não há nenhum componente mágico ou misterioso, deve apenas existir nós mesmos.

A sujeição aos padrões de pensamento funciona como terapia. Uma forma de nos convencermos de nossas próprias idéias. Com boas idéias e boas perspectivas teremos melhores condições de enfrentarmos as mais diversas situações.

Lembrando Sêneca, não o que você suporta, mas como o suporta é que conta.

Reforma

Toda reforma é um grande transtorno!

Reformamos para reparar, conservar ou melhorar. Por este ponto de vista a reforma é algo bom, mas talvez o incômodo seja conseqüência da remoção da zona de conforto, ainda que por um breve período.

Como não são suficientes as reformas civis em nossas residências, reformas da previdência e do judiciário, ainda em discussão, estamos na eminência da consolidação da reforma ortográfica na língua portuguesa.

Ela virá para aproximar mais os países falantes do idioma lusitano. E essa aproximação já demorou muito para se materializar, afinal o acordo firmado entre as nações é de 1990.

Na minha formação básica, lá nos idos da década de 80, já recebi a ortografia da língua com uma série de novidades provenientes de outra reforma ortográfica. O português realmente deve ser complicado (sem intenção de piada neste ponto :) ), pois em um curto espaço de tempo é passível de tantas reformas.

O lado bom é saber que a língua contínua viva e linda!

Depois me preocuparei na minha adaptação para lembrar se devo escrever lingüiça ou linguiça. Aliás, a segunda me soa muito estranha (tente lê-la como está escrita) e para o meu corretor ortográfico também. Vai ser uma disputa grande entre eles e nós até alguém corrigir todos os softwares disponíveis...

Palmas

"Se você está feliz, bata palmas! (pá pá pá)
Se você está feliz bata palmas! (pá pá pá)"

Muitos já ouviram, ou cantaram, a música infantil da felicidade. Para mim sempre foi muito gostoso participar do coral animado pelo som e por toda sua mímica.

Às vezes, mesmo num acidade como São Paulo, somos presenteados com gotas revigorantes de alegria.

Hoje eu voltava para casa e, ao passar em frente a um prédio, vi um grupo de crianças cantando entusiasmadamente a música. Acontece que elas só cantavam as duas primeiras frases e esperavam o passante do momento se manisfestar. Quem batia palmas em resposta era contemplado com o resto da música e deliciosas e sonoras gargalhadas de agradecimento. Pura diversão!

Uma rápida pesquisa na Internet e pude constatar que a música é conhecida, e lembrada, do Brasil até Maputo, onde um grupo de crianças também canta animadamente. A alegria ainda está em todo canto do mundo, apesar de tudo.

Pequenas gotas de espontaneidade e alegria como estas são um dos melhores alimentos para a alma. Os pequenos, os mais simples, os mais ingênuos são aqueles capazes de nos surpreender e agitar nossa humanidade.

Para eles, e para o mundo, bato palmas! (pá pá pá)

Bilhete único

Seja na ficção, ou no mundo da tecnologia, diversas vezes são apresentadas soluções para identificação das pessoas, através de implantes de chips subcutâneos, por exemplo.

As idéias nem sempre são bem vistas, pois remetem a controle, invasão de privacidade, etc. Uma leva de protestos, ou no mínimo opiniões contrárias, surgem e colocam a proposição de algo assim para um outro futuro.

Outro dia observei uma pessoa utilizar o bilhete único no ônibus. Como muitos têm feito, ele nem retirou o cartão da carteira, apenas a retirou do bolso e aproximou do leitor. Esse procedimento tem sido adotado sem ninguém precisar instruir, divulgar. Vai sendo transmitido pela observação, pela adoção de práticas comuns.

O bilhete único poderia possuir outras funcionalidades e começar a agregar outras 'identidades' nossas. Poderíamos usá-lo para o banco, como identificação pessoal, para o telefone público, etc. Com o tempo teríamos uma identificação única, só não estaria implantada sob a pele.

Se tantos elementos de nossa vida estivessem integrados, uma conseqüência seria a possibilidade de rastreamento, e lá viriam os zeladores da privacidade. Será que a familiaridade não faria a aceitação ser praticamente imperceptível?

Será então o formato da proposta o incômodo? Ou acaso, se for percebido o benefício, não hajam tantos empecilhos? Poderíamos apenas estar sendo induzidos, paulatinamente, a uma aceitação inconsciente?

O 'grande irmão' pode estar de olho em nós...

Graduação

Há muito se discute o papel da formação universitária na vida dos estudantes.

Também já faz algum tempo percebemos um certo empobrecimento da vivência acadêmica. Muitos dos cursos de graduação parecem escolinhas, onde o aluno vem, assiste aula e 'tira' nota. Talvez não possamos nem batizar isso de vivência...

Existe uma preocupação profissionalizante muito presente nestes ambientes, uma objetificação dos conteúdos buscados na academia. Essa situação já se inicia nos cursos secundários, muitos deles preocupados em 'preparar' o aluno para o vestibular.

Tenho para mim, por influência de excelentes professores da minha formação, que a graduação deve muito mais nos graduar para a vida. Esse momento deve representar algo como um período de maturação, de desenvolver novas lógicas e comportamentos, formar relações com outras pessoas e culturas, enfim um sem-número de novos desafios para o jovem.

Atualmente, muito se lê sobre a necessidade da mudança do ensino, preparando o jovem para nosso mundo dinâmico. Parece-me que se seguíssemos os conselhos de alguns sábios mestres já teríamos muito mais pessoas aptas a aprender a aprender.

Mitologia

A metáfora é uma das formas mais humanas de explicar alguma coisa, ao menos uma das mais utilizadas.

Na mitologia de diversas culturas, através das sociedades e do tempo, podemos identificar inúmeras delas, ponderando e conduzindo o comportamento humano em prol de uma consciência social, aceita inconscientemente pelo grupo.

Dos gregos aos nossos índios, em suas histórias, contos, lendas, todos deixam transparecer suas aspirações, temores e esperanças na representação de seus seres divinos.

A sabedoria transmitida através das culturas não possui forma mais simples e direta de atingir a seus componentes. Explicações mais refletidas ou objetivas talvez não teriam tanto reflexo no comportamento das pessoas.

Assim caminha a humanidade, precisando de um pouco de folclore e fantasias para preservar sua ética e conhecimento cultural intrínseco. Os deuses têm sempre muita humanidade. É como um olhar no espelho, para se ver o conhecido, nem sempre tão querido...

Segurança

As transações eletrônicas realizadas pela Internet pareciam seguras, principalmente baseadas em conexões SSL, que garantem privacidade e integridade entre os pontos conectados.

Pareciam... Esses dias tomei contato com uma nova especificação chamada EV SSL, assim batizadas por contar com validação avançada.

Ora, em nossas terras tupiniquins até ja acostumamos com normas para inglês ver, mas não imaginava que as certificadoras ao redor do mundo não conseguiam manter adequadamente a consistência dos certificados concedidos.

Podem até não admitir isso, mas com uma nova especificação, nos moldes apresentados, acaba sendo essa a impressão final.

O pior 'tiro no pé' de um acontecimento assim é a incerteza quanto a efetividade da nova certificação. Se a primeira já não foi garantia de segurança, apesar de concebida para tanto, por que a nova seria?

Na falta de melhor remédio, prefiro continuar confiando na minha utilização bem-sucedida, sem sustos ou acidentes, por cerca de 9 anos, dos serviços de comércio eletrônico existentes. Alguém deve estar olhando por nós...

Pai

São José é considerado padroeiro dos trabalhadores e das famílias. É também na cultura popular o santo da boa morte e protetor dos homens.

Eu tive, e tenho ainda, o privilégio de ter um pai chamado José. Além do nome, em toda a sua humanidade, ele possuía muito da santidade daquela parte da sagrada família.

Digo 'tenho', pois o percebo presente até hoje em minha vida, apesar de não mais estar fisicamente conosco. De certa forma, Deus o preferiu a seu lado, para ser assim o protetor de nossa família, em uma condição especial.

Sua marca indelével surge em diversos momentos da minha vida, reforçando e conduzindo meu caminho em direção à bondade e ao amor. Não poderia ser diferente no dia de hoje, quando todos os pais são lembrados...

São muitas as saudades: das bisnaguinhas com geléia da infância ao apoio sensato e carinhoso da vida adulta. O lado bom é possuir tanto dele em minha pessoa, uma herança forte e fortificadora, companhia divina para toda vida.

Um dia espero ter o privilégio de ser tão pai quanto ele é.

A todos os pais, presentes nas mais diversas formas, um FELIZ DIA DOS PAIS!

Lua

Certas coisas são tão permanentes em nosso cotidiano que nem ponderamos a possibilidade de sua inexistência.

Em uma noite de luar iluminada, olhei para o céu e me perguntei: "E se a lua não estivesse mais lá?"

Em algum filme, ou alguns, fora aventada essa idéia, seja pela destruição do ambiente, pela evolução natural do universo. Tanto faz o motivo, pois era apenas ficção.

Porém, naquele momento, me incomodou a sensação real de algo assim acontecer.

Como fariam os poetas, sem uma de suas inspirações? Ou como resolveriam os amantes, sem sua principal cúmplice? Os astrólogos perderiam uma de suas principais guias e como ajustariam seus mapas? Os cientistas precisariam reformular muitos de seus modelos, mas conseguiram se adequarem às novas condições?

A sua falta provavelmente seria quase insolúvel, irrecuperável. Felizmente essa hipótese continua apenas na ficção. Vou começar a me preocupar com 'outras luas' mais reais, passíveis de extinção mais concreta no meu dia-a-dia...

Vida

Nossa existência, aliada a nosso espírito humano, nos propõem muitas questões:

Como será o amanhã ?
O que existe após a morte?
O planeta sobreviverá ao ser humano?
Terei sucesso na vida?
Estarei aqui amanhã?
A cura de determinada doença será encontrada?
Para que o mundo existe?
Qual nossa função nesse mundo?

Todas estas perguntas guardam em comum a falta de resposta. Tais respostas não existem ou, no máximo, serão encontradas apenas em um sistema particular de valores de cada indivíduo.

Jamais serão respostas gerais, verdades absolutas, por mais que as desejemos.

Obviamente, há aqueles despreocupados com tais respostas, ou nem sequer necessitaram das perguntas, mas certamente a humanidade está acerca delas por muito tempo, se desenvolvendo em sua busca.

Diante de tantas perguntas, tão poucas respostas, aceito um pouco mais uma afirmação ouvida recentemente: "A vida é uma questão de fé!".

Limites

Quais são os nossos limites frente as dificuldades?

No programa 'Extreme Makeover', do dia de hoje, eles auxiliaram uma família de um pescador. Esse pescador, em um dia de tempestade, estava no mar e teve de escolher entre morrer ou amputar o próprio braço para salvar a vida.

Ele optou pela segunda alternativa.

Em seu depoimento, relatou apenas pensar na família, nas filhas, no momento do acidente e não teve dúvidas sobre a escolha. Conseguiu, ferido, ainda navegar até terra firme para ser socorrido. Uma semana após o acidente estava de volta ao trabalho, pois dependia deste para sobreviver.

Qual não foi a sua certeza para fazer uma escolha? A quais limites foi exposto para tomar uma decisão e se salvar? Como ter tanta certeza do caminho a seguir?

Ficam os mistérios para nós refletirmos. Espero nunca passarmos por momentos tão difíceis, mas em outros, certamente muito mais amenos, podemos nos inspirar para lidar melhor com as encruzilhadas dispostas pela vida...

Anjo da guarda

Desde bem pequeno, lá longe em minha infância, minha mãe me ensinou a oração ao anjo da guarda e me acompanhava todas as noites para rezá-la antes de dormir.

A oração é a seguinte:

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador,
se a ti me confiou a piedade divina,
sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine.
Amém.

Eu cresci, muito questionei sobre a vida, mas nunca deixei para trás essa oração. Talvez pela dúvida, talvez pela semente plantada por minha mãe, ou talvez pela confiança sentida em toda minha vida...

Alguns fatos ocorridos, durante nossa vida, vêem para nos dar a certeza da presença de nossos anjos. Momentos de perigo ou incerteza, solucionados com a benção e o toque de nossos protetores.

É o caso da moça que hoje teve seu carro esmagado por um caminhão e um ônibus, reduzido a um monte de ferro de menos de 1 metro de altura e saiu apenas com duas fraturas (e um grande susto, claro!). Basta-nos ver as imagens para se ter a certeza de não ser mero acaso.

Por isso reforço o pedido, sempre lembrando de agradecer: Santos anjos, olhem por nós!

Cura

Com uma profusão tão grande de remédios, e novos diagnósticos nos últimos tempos, fica difícil saber qual cura estamos a buscar.

No passado, povos antigos não tinham muitos recursos, além de um grande conhecimento de remédios naturais e muita fé.

Hoje temos drogas para quase tudo e até uma série de novas doenças à escolha, causando mais neurose e confusão. Para piorar, o uso indevido de algumas classes de medicamentos estão minando seu potencial de atuação, como no caso dos antibióticos.

Há muito dinheiro envolvido e já se foi o tempo onde a busca por novas curas vinha de algum sentimento mais altruísta. Não são novidade as notícias relativas ao desinteresse de laboratórios internacionais pesquisarem drogas para doenças de países pobres, sem garantia de retorno interessante.

Claramente muitos também não estão preocupados em manter a boa saúde e recorrem, após a doença se instalar, ao muitas vezes paliativo: o remédio.

Haverá remédio?

Anúncios

O segredo do sucesso do Google já não é mais segredo para ninguém. Baseado na venda de anúncios em seus sites, a empresa fatura com a apresentação dos mesmos e promove sua audiência através de parcerias (também beneficiadas com comissões) e bons produtos.

Uma das grandes vantagens do sistema do Google é a aposta na economia de escala. As cobranças por propaganda e as comissões são feitas em pequenos valores, bem reduzidos mesmo, na escala de centavos, mas propagados no grande volume de acesso existente em sua rede.

A tendência se confirma agora com grande sucesso, apesar dos mais de 9 anos de existência, pela a adoção por parte da Microsoft de um sistema similar, dentro de sua área de atuação.

Conhecida por adotar e 'aprimorar' fórmulas de sucesso, a ilustre filha de Redmond, a rainha Microsoft irá distribuir seus softwares 'gratuitamente', em troca da apresentação de anúncios nos mesmos. No complicado e apertado mercado de softwares, a adoção por um gigante de práticas até antigas, afinal o adware já existia, sinaliza a chegada de novos tempos.

Esse modelo sustentado por anúncios há muito também já adotado na TV aberta brasileira. Depender de anúncios implica em fazer a audiência vê-los. Essa necessidade faz o produto ser moldado a audiência. As conseqüências finais já conhecemos...

Diversidade

A diversidade nos torna humanos e belos.

Somos tão únicos, tão particulares em nossa existência... Através de nossa singularidade ecoamos a natureza, mostramos o quão nós somos sua parte.

Na infinitude de possibilidades está a beleza. Podemos apreciar todas as nuances e imaginar inúmeras combinações. São tantos tons, tantos tamanhos, tantos formatos.

Muitas vezes buscamos padrões, ou os criamos, inventamos para saciar nossa sede de aceitação. Quanto mais nos tentamos enquadrar, mais longe estaremos da natureza.

A cada mudança de olhar um novo horizonte se descortina. São tantas línguas, tantas culturas, tantas histórias... A descoberta de novos horizontes nos enriquece, nos dá novas habilidades, nos diversifica.

Acabamos por fim, sempre e cada vez mais, diversos... Viva nossa humana diversidade!

Perfeccionismo

Em muitos momentos tendo a buscar perfeição no desenvolvimento ou execução de trabalhos. Nem sempre é possível, ou prático, talvez não o seja nunca, pois pode até mesmo não existir.

Hoje observei um gari varrendo a calçada próxima a um parque. Não haveria para mim nada mais desafiador, para me fazer compreender um pouco mais como objetivar a perfeição é, em quase todas as situações, tolice.

Primeiro, ao varrer uma rua, em plena cidade de São Paulo, é praticamente impossível recolher completamente as pequenas sujeiras existentes. Além disso, após terminar um pequeno pedaço, certamente no começo do seguinte, o anterior poderá já estar sendo sujo por alguém.

De certa forma, no dia seguinte, sem dúvida alguma, todo o trabalho estará lá novamente por fazer. Qual remédio ? As condições são e o trabalho tem que ser feito.

Por estar próxima ao parque, a rua não recebe apenas a sujeira das pessoas, mas também as folhas caídas das árvores, um pouco de terra levada pelo vento, ou seja, nem podemos culpar a boa vontade das pessoas em preservar o local limpo.

Não devemos esquecer a perfeição, mas não nos frustremos se não a atingirmos. Somos assim mesmo, aliás a natureza é assim: essa história de perfeição é fruto da capacidade de abstração humana. Ao realizar nossos projetos devemos definir objetivos. Que estes objetivos sejam sempre os mais altos!

Superficialidade

Uma hora chegaria: o momento da mea culpa! :)

Fiquemos atentos a superficialidade reinante em nosso meio, em muitas questões tratadas por nós, principalmente no entendimento e emissão de opiniões, sobre os mais diversos assuntos.

Acabamos por disseminar um verdadeiro mal quando nos posicionamos sobre o que não dominamos, sem fundamento, sem critério.

Mencionei a mea culpa, pois nada mais sucinto e superficial do que a postagem blogueira, principalmente a diária, mas vejo esse como o local adequado para isso, mesmo porque isto não é sinal de falta de compromisso, afinal podemos ser cuidadosos e atentar aos nossos limites.

É importante frisar essa característica do blog. É legítima nesse reino de tantos autores, das mais diversas formações e origens, em um meio feito para ser breve. Independentemente dessas questões, não confundamos brevidade com leviandade.

Não podemos é admitir a superficialidade, com os componentes de falta de cuidado, nas fontes de informação formal, ciosas da propriedade e direito a informação. Mesmo com relação a elas vale a consciência de sua falibilidade!

Sendo impossível a determinação de uma regra, ou o estabelecimento de uma obrigatoriedade de responsabilidade, a avaliação criteriosa da informação é responsabilidade de todos os leitores, seja qual for o meio.

Orkut

Há algum tempo vários perfis têm sumido do Orkut, na realidade, têm sido cancelados pelos usuários. Será uma fuga da fuga virtual? :)

Já ouvi os mais diversos motivos para a saída: o ciúme do companheiro(a), a investigação feita por empresas em períodos de contratação, o enjôo depois de algum tempo, dentre outros. É só escolher...

Acostumamos a manter nesta gaveta virtual nossa coleção de amigos, novos ou resgatados do passado, até mesmo os cotidianos, afinal é bem simples encontrarmos e adicionarmos as pessoas. Além disso, a ferramenta já está presente há tempo suficiente para sermos familiares e nos dar tempo de realizarmos muitas pesquisas.

Em alguns sumiços ocorridos, me lembrei ser aquele o único contato ainda mantido. Isso me fez perceber a carência na manutenção da relação e questionar o sentido da 'coleção'.

Observo muitas pessoas usando intensamente o site, mas esse não é o meu caso e de outros tantas pessoas conhecidas minhas. Terei encontrado mais um motivo para os sumiços?

Por favor

Talvez pareça brincadeira de criança, mas queria começar o movimento pelo por favor e obrigado.

Já faz algum tempo, noto o quanto as pessoas esqueceram de usar as famosas 'palavrinhas mágicas' no trato diário com os outros, principalmente quando acreditam na 'obrigação' da outra parte.

Muitos mais do que gentileza, fazer uso desse tratamento reconhece a gratidão por algum serviço prestado por outra pessoa, mesmo sendo dever da outra fazê-lo.

O esquecimento da gratidão termina na invisibilidade social, fenônemo no qual as pessoas responsáveis pelas atividades mais essenciais do cotidiano de uma cidade são objetadas, passam apenas a fazer parte do cenário e não são mais nem notadas. Inclui-se nesse caso os garis, guardas de trânsito, seguranças de empresas, porteiros. Pensando bem, muito mais do que incluídos estão estes, em verdade, excluídos...

A utilização destas palavras é questão de exercício, não aquele mecânico de proferir palavras, mas o humano da sensibilização.