sexta-feira, 22 de junho de 2007

Gravata

As crianças têm um certo toque de crueldade quando interagem entre si, quando em um grupo disputam posições, lideranças e idéias.
Talvez o ser humano seja assim mesmo, meio selvagem, um tanto animal, ou nossa cultura social imponha esse comportamento, ao meu ver até anti-social, mas que quase ninguém está isento.
Durante nosso amadurecimento passamos por vários desses momentos, até mesmo ritualísticos, iniciadores, principalmente na adolescência, apesar de não ser sempre transparente, de guardarmos em segredo.
Em muitas situações da vida adulta ainda reproduzimos esse comportamento. Para mim, um dos mais emblemáticos e constrangedores é a 'brincadeira', ou ritual, da gravata na festa de casamento.
Estamos todos a celebrar a união das pessoas, em festa, repletos de bons desejos para uma nova vida iniciante. Alguns amigos do noivo o pegam 'de surpresa', saem com uma gravata (não a usada por ele), vendendo um pedaço aos convidados.
A venda não é bem venda, afinal é praticamente obrigatória, baseada em certo constrangimento.
Não vejo problemas em brincadeiras, em confraternização, mas esta está mais para um gravata, um golpe. Como se já não bastassem as várias gravatas aplicadas pela vida...

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