domingo, 3 de maio de 2009

Sabático

Dois anos ou 731 dias (porque um deles foi bissexto) de gratificante experiência.

Hoje faz todo este tempo que comecei a postar neste endereço, ou seja, é aniversário do SPSoul! Depois de um início cheio de incertezas e desconhecimento, estamos aqui em ambiente bem familiar.

Durante esse período, os textos renderam 179.078 palavras, sendo 21.359 únicas. Nada menos do que 988.921 (quase 1 milhão!) de caracteres para compor este extrato de breve existência.

Essa semana tive ideia da proporção destas quantidades. Descobri que o Antigo Testamento tem pouco mais de 300.000 palavras, em reportagem sobre um chip presenteado ao Vaticano.

Nada, nada, neste curto espaço de tempo foram escritos textos em proporção de mais da metade do clássico religioso. Jamais imaginei que chegaria a tanto... Fico curioso da possibilidade de impressão deste material. Quantas páginas seriam?

Aproveito a data para também encerrar esse período, esse ciclo de registro diário de opiniões e reflexões. Isso mesmo, a alma paulistana que vos escreve precisa de um tempo, ou de mais tempo. É momento de um hiato sabático, de renovação e redirecionamento.

A vida muda, as perspectivas e necessidades vão junto. No pesar de disponibilidade e prioridade, alguns outros projetos tomam a dianteira e ganham vez. Boa quantidade de ideias que também precisam ser desenvolvidas.

Ainda é cedo para dizer quando volto, ou se volto, a postar. Talvez mude o foco, quem sabe a periodicidade. Certo apenas o fato de que será diferente. Textos começados, e ainda guardados, são a coceira de reserva, que poderá se mostrar irresistível.

De qualquer forma, o percurso destes meses foi inesquecível, transformador. Vivência recomendável a qualquer pessoa, sem sombra de dúvida. Quem experimentar saberá do sabor viciante da expressão digital, em tão poucas linhas.

Olhar para a fileira de posts deixados é como fazer uma fotografia do espaço-tempo, congelar o continuum através de bits e bytes. Sinais digitais testemunhas de um simples existir. Auto-retrato virtual grafado nas veias da Internet.

Como em outros momentos, agradeço a participação e colaboração de tantos amigos e desconhecidos. Comentários, correções, opiniões que enriqueceram o transcorrer deste blog até o momento. A todos deixo um abraço de fraterna gratidão.

Inté!

sábado, 2 de maio de 2009

XMind

Nada mais difícil do que nos descrevermos.

Descrever as ideias a transitar por nossas cabeças então... É querer complicar mais ainda. No mínimo nos defronta com a necessidade de melhor entendimento.

Talvez, mais do que descrição, a grande complicação é dispô-las de maneira organizada e compreensível, principalmente para outras pessoas.

Reside na tradução a mais ingrata das tarefas na comunicação. Até a tradução para o mesmo idioma... O simples falar a mesma língua é insuficiente.

Ambientes, experiências, impressões são muito particulares e fatores preponderantes para a conceituação. Vai saber as sinapses geradas...

Nem sei se, acaso reproduzíssemos plenamente a configuração sináptica de um cérebro, obteríamos os mesmos resultados, o mesmo entendimento.

Boa solução gráfica poderá ser encontrada com os mapas mentais. Diagramas sistematizados para a representação do conhecimento, podem ser utilizados em inúmeras áreas e problemas de variadas dimensões. Generalização da abordagem para entender o que se sabe.

Aplicado em brainstormings, é ferramenta de grande valia e poder de síntese. Em estudos extensos, serve muito bem como guia de referência e orientação à construção de textos. Para representar ementas e roteiros de aula é mecanismo prático e eficiente.

Em qualquer caso, nada como um bom software para agilizar a tarefa. Conheci recentemente o XMind, opção opensource, com versões para diversos ambientes, inclusive como plug-in para Eclipse. De fácil uso e conjunto variado de estilos, oferece recurso suficiente para a maioria das aplicações.

Há até uma versão paga, com garantias de evolução e suporte, mas que em tempos atuais é dispensável. Se bem que o valor anual, abaixo dos US$ 50, justifica a colaboração, para a manutenção e incentivo dos responsáveis por seu desenvolvimento.

Digital ou em papel, quanto antes começarmos a usar, mais rápido seremos beneficiados. Surpreende as estruturas escondidas em nossos pensamentos, as obviedades omitidas, as semelhanças desapercebidas. Talvez demore a chegada à compreensão plena, talvez jamais cheguemos, mas sem dúvida passearemos bastante e encontraremos muitos novos caminhos.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Trabalho

"O trabalho enobrece o homem".

Eufemismo dos mais antigos, denota o quanto fugimos da sina inevitável à existência. Tentamos extirpar a necessidade da labuta como quem combate mal imenso.

Ancestral associação, Adão e Eva foram condenados a deixar o Paraíso e passar a ter que... trabalhar! Castigo divino pelo constante inadequação humana aos preceitos universais.

Apesar dos pesares, após a industrialização a imagem piorou, mesmo com a condição melhorada. Pensando bem, os maus tratos, as condições inadequadas, apenas mudaram, trocaram de figura.

Resistimos a aceitar que nenhuma opção sobra. Esquecendo os simulacros da vida moderna, todo e qualquer ser humano tem que conceder sua parcela, contribuir com tempo de alguma atividade produtiva para a sociedade.

Se dermos sorte, podemos ter uma profissão ou função de nosso agrado pessoal. A velha de história de trabalhar com o que gosta. A parte esquecida é que, por mais prazeroso que seja, ainda sim dará trabalho!

O resultante pode ser gratificante, talvez resida aí a satisfação, mas certamente despenderá esforço. Qualquer outra amenização é pura ilusão. De tempo, de esforço ou de sentido. Outra realidade poucas vezes encarada: o vínculo do sucesso à dedicação.

Por que dissimular a realidade? Parece pairar um espírito preguiçoso em todo exemplar do homo sapiens. Ninguém negará o deleite em algum tempo de ócio, papo pro ar, mas é uma questão de sobrevivência, de manutenção do existir.

Considerar o labor diário como fato facilitará a perspectiva do enfrentamento cotidiano. Com melhor compreensão, com a exclusão de méritos e deméritos, saberemos valorizar e priorizar as constantes demandas vindouras, além da apreciação de seus frutos.

Melhor resolvidos com nossa condição, poderemos discernir adequadamente nossos rumos e prioridades. Seja como for, apenas teremos certeza da inevitabilidade de levantarmos na segunda-feira, após o feriado, e seguir o caminho da roça. Se quisermos continuar...