sexta-feira, 1 de maio de 2009

Trabalho

"O trabalho enobrece o homem".

Eufemismo dos mais antigos, denota o quanto fugimos da sina inevitável à existência. Tentamos extirpar a necessidade da labuta como quem combate mal imenso.

Ancestral associação, Adão e Eva foram condenados a deixar o Paraíso e passar a ter que... trabalhar! Castigo divino pelo constante inadequação humana aos preceitos universais.

Apesar dos pesares, após a industrialização a imagem piorou, mesmo com a condição melhorada. Pensando bem, os maus tratos, as condições inadequadas, apenas mudaram, trocaram de figura.

Resistimos a aceitar que nenhuma opção sobra. Esquecendo os simulacros da vida moderna, todo e qualquer ser humano tem que conceder sua parcela, contribuir com tempo de alguma atividade produtiva para a sociedade.

Se dermos sorte, podemos ter uma profissão ou função de nosso agrado pessoal. A velha de história de trabalhar com o que gosta. A parte esquecida é que, por mais prazeroso que seja, ainda sim dará trabalho!

O resultante pode ser gratificante, talvez resida aí a satisfação, mas certamente despenderá esforço. Qualquer outra amenização é pura ilusão. De tempo, de esforço ou de sentido. Outra realidade poucas vezes encarada: o vínculo do sucesso à dedicação.

Por que dissimular a realidade? Parece pairar um espírito preguiçoso em todo exemplar do homo sapiens. Ninguém negará o deleite em algum tempo de ócio, papo pro ar, mas é uma questão de sobrevivência, de manutenção do existir.

Considerar o labor diário como fato facilitará a perspectiva do enfrentamento cotidiano. Com melhor compreensão, com a exclusão de méritos e deméritos, saberemos valorizar e priorizar as constantes demandas vindouras, além da apreciação de seus frutos.

Melhor resolvidos com nossa condição, poderemos discernir adequadamente nossos rumos e prioridades. Seja como for, apenas teremos certeza da inevitabilidade de levantarmos na segunda-feira, após o feriado, e seguir o caminho da roça. Se quisermos continuar...

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