A diversidade humana, em corpo e alma, é uma benção impagável, capaz de nos tornar o grande organismo sobrevivente no planeta.
Por outro lado, provoca antagonismos tão reluzentes que espanta serem feitos da mesma essência, dos mesmos recursos em suas múltiplas variações.
Recentemente li "Como falar de livros que não lemos", de Pierre Bayard. Atraíram-me as sinopses e resenhas, e o desejo de constatar algo tão paradoxal, verdadeira singularidade no conhecimento homo sapiens.
Como é possível o citado ato? Moeda sem circular, não é moeda. Selo não postado, não é selo, deixa de sê-lo. Livro não lido jamais será lido.
Certamente, após termos contato com todas as suas linhas, percebemos do autor certo ranço, mas direcionado ao alvo errado. Seu problema não é com a leitura, mas com o valor inconsistente dado ao seu papel, principalmente em meios acadêmicos.
A velha história de tentar arrotar todo seu arcabouço, sua bagagem leitoral, para soterrados em citações e sapiências se destacar, ser visto como superior, ser aceito. Ele pretende mostrar uma forma de trapacear neste dito mar de mal versados valores, um meio onde impera a superficialidade.
Foi inevitável lembrar do "Elogio da leitura", de Gabriel Perissé. Magistral contraponto para defender o maltratado prazer das letras. Lembrar foi pouco... Precisei comprá-lo e lê-lo avidamente, mais precisamente, degustá-lo.
Vivemos lá a admiração pela prazer da leitura, em prosa e verso, e sobretudo o verso, mesmo que proseado, deslumbrante harmonia de ritmo e beleza das palavras. Transformação da vida com o traçar das ideias impressas, por criar a partir do doce colecionar de horas de tradução dos símbolos linguísticos, gramáticos, ortográficos.
Registrei minhas impressões no Skoob (aliás um recurso muito bacana de conhecer). Dos históricos de leitura mais deliciosos de fazer. Sugeri até como leitura obrigatória (obrigatoriedade do amado) para todos os participantes do site.
O amor que escorre de suas páginas cura qualquer opinião equivocada com qualquer mal-traçada linha. Reaviva o vírus incurável presente nos tomos de todas estantes, a nos contaminar indelevelmente.
Por outros desses tortuosos caminhos do mercado (ou nem tanto), vendeu-se muito mais do primeiro do que do segundo. Aliás, encontrar o segundo é algo difícil, pelo menos de espera mais longa. Chego a temer até sua extinção...
Não que vendas signifiquem algo à vida, como o próprio Elogio nos mostra muito bem. Apenas entristece pensar em tanta oportunidade perdida, num mundo tão carente de bons estímulos, de paixão verdadeira, de desejo por algo elevado.
Incoerências por incoerências, vale lembrar um pequeno detalhe que pode ter escapado ao autor francês... Mesmo para falar de livros que não lemos, ele propõe que leiamos um livro!
Por outro lado, provoca antagonismos tão reluzentes que espanta serem feitos da mesma essência, dos mesmos recursos em suas múltiplas variações.
Recentemente li "Como falar de livros que não lemos", de Pierre Bayard. Atraíram-me as sinopses e resenhas, e o desejo de constatar algo tão paradoxal, verdadeira singularidade no conhecimento homo sapiens.
Como é possível o citado ato? Moeda sem circular, não é moeda. Selo não postado, não é selo, deixa de sê-lo. Livro não lido jamais será lido.
Certamente, após termos contato com todas as suas linhas, percebemos do autor certo ranço, mas direcionado ao alvo errado. Seu problema não é com a leitura, mas com o valor inconsistente dado ao seu papel, principalmente em meios acadêmicos.
A velha história de tentar arrotar todo seu arcabouço, sua bagagem leitoral, para soterrados em citações e sapiências se destacar, ser visto como superior, ser aceito. Ele pretende mostrar uma forma de trapacear neste dito mar de mal versados valores, um meio onde impera a superficialidade.
Foi inevitável lembrar do "Elogio da leitura", de Gabriel Perissé. Magistral contraponto para defender o maltratado prazer das letras. Lembrar foi pouco... Precisei comprá-lo e lê-lo avidamente, mais precisamente, degustá-lo.
Vivemos lá a admiração pela prazer da leitura, em prosa e verso, e sobretudo o verso, mesmo que proseado, deslumbrante harmonia de ritmo e beleza das palavras. Transformação da vida com o traçar das ideias impressas, por criar a partir do doce colecionar de horas de tradução dos símbolos linguísticos, gramáticos, ortográficos.
Registrei minhas impressões no Skoob (aliás um recurso muito bacana de conhecer). Dos históricos de leitura mais deliciosos de fazer. Sugeri até como leitura obrigatória (obrigatoriedade do amado) para todos os participantes do site.
O amor que escorre de suas páginas cura qualquer opinião equivocada com qualquer mal-traçada linha. Reaviva o vírus incurável presente nos tomos de todas estantes, a nos contaminar indelevelmente.
Por outros desses tortuosos caminhos do mercado (ou nem tanto), vendeu-se muito mais do primeiro do que do segundo. Aliás, encontrar o segundo é algo difícil, pelo menos de espera mais longa. Chego a temer até sua extinção...
Não que vendas signifiquem algo à vida, como o próprio Elogio nos mostra muito bem. Apenas entristece pensar em tanta oportunidade perdida, num mundo tão carente de bons estímulos, de paixão verdadeira, de desejo por algo elevado.
Incoerências por incoerências, vale lembrar um pequeno detalhe que pode ter escapado ao autor francês... Mesmo para falar de livros que não lemos, ele propõe que leiamos um livro!