sábado, 17 de maio de 2014

Inteligência Artificial

Desde de meus tempos na Ciência da Computação me encantam os meios e recursos da inteligência artificial, todos seu potencial e suas promessas, mesmo dentro de suas limitações, no mínimo nos confronta com nossas próprias limitações e capacidades.

O tempo passa, o futuro chega mas não com todas as promessas cumpridas, afinal sonhar sempre conta com uma fronteira além, e acabamos percebendo que melhoramos, mas nem tanto assim camarada.

Apesar dos progressos imensos da tecnologia, coisas e promessas simples (ao menos do ponto de vista dos palpiteiros de plantão) custam a se realizar, como, por exemplo, as referentes à comunicação, como traduções, reconhecimento de voz e afins.

Hoje, vagando por aí nas ideias, utilizei o Google Translate para ouvir o trecho de um texto e observar se poderia garimpar um pouco de sua sonoridade. Santa inocência, Batman! De onde você tirou a ideia que isso acabaria bem?

Hilário é pouco, para dizer o mínimo, do resultado da experiência de colocar um texto mais longo para locução, principalmente quando inspirado por sua "beleza" resolvi experimentar com poesia. Cometi o pecado de apresentar o "Soneto da Separação", de Vinícius de Moraes, para experimentar a locução.

Pra quem não conhece, transcrevo o texto do soneto, para tentar colocar sua contribuição na criação.

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


É demais a graça e simpatia do gênio do Google passeando por seus versos... Ouça neste link aqui.

Não satisfeito com a patacoada, traduzi no "tumático" e pedi a locução na língua do Tio Sam. Consegue ser mais mecânico, mais insosso, ouça só neste outro link aqui...

Bom, nada com as sinapses e a alma humanas para dar cor e luz às linhas do poeta, ainda mais na voz de Tom Jobim, mesmo que só neste trechinho... (quem quiser pode ouvir esta e outras tantas buscando o soneto no Spotify).

 Longe de revanchismo, mesmo porque não deixei de ser um entusiasta com a senciência das máquinas, mas o caminho a trilhar parece longo e torço pela aceleração propiciada pelos gigantes da indústria da computação.